Esse pequeno artigo é direcionado aos bangers que frequentam este blog. Ou que por acaso vieram parar por aqui.
Até quanto você se
interessa por politica? Você tem alguma noção do quanto ela influencia na sua
vida e até no seu som. Precisamos saber você tem algum senso critico. Ou
se ele se limita a repetir velhos bordões e clichês.
Particularmente eu
vejo a maioria dos bangers como pessoas alienadas ao seu
mundinho. Normalmente a única posição critica que possuem é contra a igreja.
E é aí que quero
chegar. Já dizia Platão (428/427 a.C./
348/347 a.C.) que "A penalização por não participares na política, é
acabares a ser governado pelos teus inferiores".
Vivo no Rio de
Janeiro. Uma cidade que a cena metálica padece e sofre de vários problemas para
crescer. Cito os 4 principais:
1 - desorganização
(todo mundo já foi a algum evento que foi um fiasco em um lugar imundo sem
estrutura);
2 - amadorismo artístico
(Bandas autorais amadoras e enxame de bandas covers que tocam em troca de um
guaraná Tobi);
3 - público
preguiçoso e mimado (vivendo a espera somente de grandes nomes e de festivais
do Medina);
4 - desunião geral
(produtores, bandas, mídia "especializada");
Serei linchado
possivelmente, mas esse é um exemplo que terei de citar. Quando um dos nossos
principais nomes decidiu largar o metal e encerrar sua banda, que praticamente
fundou a cena no Rio para tocar outros estilos musicais menos problemáticos. É
sinal que algo está muito errado. Uns dirão que traição, interesse por
dinheiro, recalque por não fazer sucesso. Eu vejo como SACO CHEIO.
Os funkeiros assim
como os evangélicos fazem muito tempo perceberam que para crescer e agir deveriam
assumir o poder, ou fazer parte dele. Não é difícil achar na
Câmara de Vereadores e na ALERJ representantes declarados desses
nichos. Esses últimos possuem um verdadeiro projeto de poder. Com a
intenção de levar o Brasil a uma teocracia.
Para provar nossa
total inércia e irrelevância politica; gostaria de destacar um trecho de um
artigo publicado em um site alemão especializado em metal da América Latina
sobre a relação dos "metaleiros", como eles escrevem, brasileiros com
a cena politica do período em que o metal deus seus primeiros passos
por aqui:
(...)Ate 1985 a
ditadura militar estava ativa, e essa discriminava homens de cabelo comprido.
Mas a aparência dos fás de Metal no começo dos
anos oitenta não parecia ameaçadora para o sistema (ao oposto de como os generais
argentinos acreditavam). Eles eram apenas tidos como loucos e alienados. Mas o
regime desapareceu com alguns artistas da musica popular brasileira, do lado
mais esquerdista. Cabelos compridos não eram causa
para repressão governamental, mas ainda hoje pode ser um empecilho
para se arrumar um emprego(...)
Fonte: http://www.metaleros.de/
Tenho certeza que
muitos conhecem alguém que defende a ideia de que na "ditadura
era tudo melhor" talvez até você mesmo pense assim.
Eu só vejo três motivos para alguém pensar assim:
1 - Ou você é
filho de militar e está de olho nas vantagens que isso pode lhe proporcionar.
2 - É militar e está de olho nas mesmas vantagens descritas acima.
2 - É militar e está de olho nas mesmas vantagens descritas acima.
3 - Ou você fala
isso por total desconhecimento da história, porque não viveu no Brasil durante
o período das ditaduras sul-americanas. Talvez se fosse chileno ou
argentino pensaria de forma diferente.
Se viveu, logo
acima está a explicação do porque você não sofreu com a repressão no Brasil
mas, repito com prazer: VOCÊ NÃO ERA UMA AMEAÇA! Acho isso vergonhoso.
Talvez
se tivéssemos sofrido um pouco com o governo militar esse tipo de
imbecilidade não seria repetido.
Talvez seja essa a
explicação de tantos bangers ainda hoje serem simpáticos a
Ditadura, talvez explique a enorme dificuldade que possuem de ouvir uma opinião
discordante e ao invés de contra argumentar, usarem um "foda-se" como
resposta para tudo ou agirem como verdadeiros skinheads intolerantes.
(Característica também muito comum a militantes esquerdistas).
Acho ridículo,
mas ainda somos loucos e alienados. Na maioria dos casos temos uma visão
conservadora (conservadora de forma ruim, o conservadorismo comportamental, pois defendo conservadorismo econômico) para tudo, logo nós.
O Heavy Metal
surgiu na feia e cinzenta cidade de Birminghan, em um
bairro operário, por filhos de operários. (Não estou convocando ninguém a se
filiar ao PCO, nunca!). Heavy
metal é por essência, som dos
excluídos. Mas será que estamos fazendo jus às nossas raízes?
Se por algum
motivo qualquer o governo deste pais decidisse que o Heavy Metal é perigoso e
deve ser proibido. Você estaria pronto a defender o estilo que tanto
ama, não com bombas em estabelecimentos do Mc Donald's, ou com protestos
infantis e arruaceiros como os realizados pelos integrantes do PSTU (Sim, eu
tenho problemas com a esquerda brasileira), mas quem sabe humilhar
em rede nacional todo um congresso como fez Dee Snider e Frank Zappa? Você
seria capaz disso?
E o que você
espera acontecer para algo mudar?
"Feel your soul and shape your mind to warfare
It's all for real
Live your life, not the way they taught you
Do what you feel" (Attitude - Sepultura)
Sim, Sepultura. Pode me xingar 'truezão', eu estou C A G A N D O para o que você pensa. Me importarei e valorizarei muito mais o que você fará por você e por nós.
Muito interessante!
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