Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

domingo, 27 de junho de 2010

Uma seleção brasileira que não representa o Brasil.

Eu não me sinto representado por esta seleção brasileira e creio que poquissímos se sintam também.

Josué, Felipe Melo, Michel Bastos, Júlio Baptista e Grafitte.

Talvez para um clube esta lista poderia ser grande reforço, mas para uma seleção nacional brasileira, nem de longe. Vejamos os fatos:

O Wolfsburg de Josué e Grafitte teve uma péssima temporada no campeonato alemão, com participações que chamar de discretas seria elogio aos dois jogadores. Michel Bastos é reserva no Lyon. Em um campeonato, francês, que não é dos mais badalados na Europa.
Felipe Mello não é um Dunga Jr, e sim um Dunga Jr Baiano.

Felipe Mello, esse o caso mais gritante, do Juventus foi considerado o pior jogador do campeonato italiano. Com atuações pífias do tragicómico ao pior estilo 'This is Sparta', "ajudou" a equipe de Turim a ter sua pior colocação em 15 anos. Sem mencionar o péssimo caráter aparente.

Júlio Baptista, o menos pior, depois de um inicio ridiculo de campeonato conseguiu se recuperar assim como a sua Roma chegando a um vice-campeonato italiano.

A ausência de craques, a pouca empatia do técnico Dunga com imprensa e público, a completa descaracterização do futebol brasileiro praticado por esta seleção se assemelhando mais com o futebol de marcação e resultados da Alemanha. Enquanto assistimos nossos arqui-inimigos argentinos jogando futebol ofensivo e envolvente com um Messi iluminado.

Tudo isso faz com que o brasileiro, fã verdadeiro de futebol e não a torcida de volei que de 4 em 4 anos se pinta e veste com as cores do país cantando aquela musica insuportável 'sou brasileiro com muito orgulho...' , se afaste da seleção. Chegando até a torcer contra. Indo ao extremo de preferir uma vitória argentina (isso até me dá náuseas) na copa.

Esses motivos já me bastariam para torcer contra. Porém ainda fica mais impossivel me sentir representado quando vejo que a maioria da seleção é composta por pessoas que defendem ou crêem em pontos de vista discordantes dos meus.

Ele só está jogando 90%, 10% é da igreja.
A maioria dos jogadores é de religião evangélica. E sempre que possível usam os momentos de celebração de gols e títulos não para agradecer ao seu Deus, como seria até de direito, mas para difundir sua religião perante as câmeras num claro ato de propaganda religiosa.

Em entrevistas recentes foi feita a seguinte pergunta a alguns dos jogadores: É a favor ou contra a união gay? Nosso capitão Lúcio, um dos poucos que eu gosto neste time, respondeu: Contra, pois vai contra a lei da natureza.
Ele até tem o direito de pensar desta forma, já que suas idéias e concepções de vida são guiada pela fé. É coerente, alias o que não falta é 'coerência' nessa seleção, mas faltou tato.

Robinho, que aparentemente não se assume religioso, participou de um lamentável episódio com o time do Santos envolvendo intolerância religiosa contra uma instituição de caridade de orientação espiríta.

Eu então que sou agnóstico, fã de bom futebol, rock e heavy metal estou perdido. Já que a maioria dos jogadores além de religiosos e garotos-propaganda de igrejas neo-pentecostais também são ouvintes de pagode, axé, sertanejo e musica gospel.

Então brasileiros homossexuais, saibam que o possível capitão do hexa não é a favor de vocês. Que se estiverem em uma instituição de outra religião, não conte com a caridade deles e você que é 'guerreiro' e 'brahmeiro' lembre-se evangélico não bebe...

Religião e fé não tem porra nenhuma a ver com futebol!

Particularmente um titulo desta seleção brasileira a moda alemã, seria a coroação de um futebol, truculento, recheado de jogadas aéreas, defensivo a base de contra-ataques (talvez a única virtude deste time). Em uma copa onde temos visto uma Alemanha jogar no estilo sul-americano, com toque de bola, movimentação e velocidade. O hexa brasileiro seria um prejuízo tremendo para o bom futebol.

Enfim, além do futebol muquirana, recheado de pernas-de-pau, sem mencionar que a copa do mundo sempre caí (propositalmente) em ano de eleição presidencial. Creio que eu e muitos outros tantos brasileiros temos poucos motivos para desejar a vitória desta seleção.

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