Após uma analise pessoal e profunda dos fatos cheguei as seguintes conclusões:
De um lado temos um jovem de histórico familiar complexo, abandonado pela mãe criado pela avó. Seus pais e seu irmão já tiveram ou ainda tem problemas com a policia. Conseguiu graças ao seu talento tornar-se um atleta jogando em dois dos maiores times do Brasil: Atlético Mineiro e Flamengo. No segundo foi decisivo e conquistou títulos importantes para o clube. Sempre polémico vivia se metendo em alguma polémica, desde a orgias com outros jogadores que invariavelmente terminavam em confusão com denuncias de agressão à mulheres.
Em um texto que escrevi em outro blog concluí que o clube onde Bruno era atleta teria uma parcela de culpa. Se levarmos em conta os recentes e seguidos incidentes e escândalos envolvendo jogadores do Flamengo podemos constatar que isso não é uma triste coincidência.
A infeliz declaração de "quem nunca brigou ou até saiu na mão com a mulher?" ao tentar defender um colega evidenciava uma personalidade de caráter duvidoso. Mal sabiamos que era a formação de um psicopata frio, capaz de ir beber cerveja à beira da piscina enquanto a mãe de um de seus filhos era morta e partida em pedaços.
Do outro lado temos Eliza Samudi, uma "Maria chuteira", era conhecida no meio dos jogadores por já ter saído com vários jogadores e já ter dormido com "todo o time do São Paulo", participou de filmes pornôs, conheceu Bruno. Acabando por ficar gravida do goleiro em uma orgia. A partir da gravidez, passou a cobrar de Bruno o reconhecimento da paternidade da criança e pensão.
O goleiro Bruno procurou desqualificar a cobrança de Eliza quanto à paternidade do filho pelo fato de ela ter feito sexo com muitos homens e participado de um filme pornô. Ficou conhecido no meio dos jogadores como "aquele que comeu e engravidou a puta". Virou piada interna.
Bruno caiu no golpe, tão antigo quanto a profissão de prostituta, dado por mulheres a fim de arrumar marido ou pensão. A exigência de Eliza para que Bruno reconhecesse a paternidade da criança nunca foi aceita pelo goleiro que, com aquele comportamento duvidoso, machista e violento, agrediu a moça e a obrigou a tomar abortivos. Segundo o goleiro o filho podia ser de qualquer um, e Eliza era uma vadia cuja e sua palavra não valia nada. Eliza deu inclusive queixa numa delegacia da mulher contra as agressões sofridas. Ficou por isso mesmo.
A criança nasceu em fevereiro, ganhou o nome do pai Bruno, e Eliza continuou lutando pelo conhecimento da paternidade do menino, conseguiu inclusive que a Justiça obrigasse Bruno a fazer exame de DNA.
Ainda não entendi como Eliza pôde depois de ter sido agredida, aceitar um convite de Bruno para ir a seu sítio, no interior de Minas, com amigos do jogador. Pode-se até dizer que ela procurou pela morte. O final dessa história todos conhecemos e mais detalhes sórdidos foram surgindo com os dias.
Descobrimos que o pai da moça é acusado de violentar uma menina de 10 anos. Ele que a principio iria ficar com a guarda do menino após a morte da mãe.Os vídeos com os filmes da moça caíram na net confirmando os boatos. Descobrimos que um menor de 17 anos, primo de Bruno, participou do crime junto com o tal amigo Macarrão. E para completar toda a sujeira dessa história que o assassino de Eliza, aquele que a matou por asfixia e depois esquartejou o corpo era um ex-policial civil. Alguém que foi treinado para proteger o cidadão.
O caso ganhou repercussão internacional, ainda choca pelo grau de violência e covardia, mas também tem sido motivo de piadas de humor negro em sites diversos. Piadas que misturam provocação futebolistica, machismo puro, com nuances de morbidez.
Vale lembrar que, antes de surgirem evidências mais contundentes de que seria o mandante do crime, Bruno já havia argumentado, em sua defesa, que Eliza era uma “rodada”, que já tinha dormido com todo o time do São Paulo e feito filmes pornô.
A grande verdade é que Bruno, orgulhoso, machista e violento ficou revoltado porque uma mulher, que ele via como descartável, estivesse lhe cobrando alguma coisa, em particular o reconhecimento da paternidade de seu filho. Que essa mesma mulher tivesse lhe deixado com fama de "otário" entre os boleiros. Por se considerar acima do bem e do mal, e por a julgar uma vagabunda, por seu histórico sexual, julgou que poderia despacha-la deste mundo que ninguém sequer se daria ao trabalho de investigar. Pois quando a agrediu e a obrigou a tomar abortivos, nada aconteceu, o caso foi abafado por imprensa, clube, jogadores, torcida.
Essa visão misógina bem aceita em nossa sociedade e a completa falta de freios ao talentoso e promissor goleiro, mais a completa falta de 'desconfiômetro' de Eliza levaram à sua morte trágica. Bruno por orgulho e machismo arruinou sua carreira tão promissora. E destruiu com a vida de uma jovem, que por mais defeitos que tivesse não merecia um fim tão cruel e covarde.
O caso ainda vai continuar sendo massacrado pela imprensa, as pessoas irão criar piadas de humor negro, as provocações e ofensas meramente por futebol aos rubro-negros irão continuar e dane-se que alguém morreu, afinal era apenas uma 'rodada'. Até a próxima.
No final das contas, todos os envolvidos os piadistas da internet, a imprensa, os demais jogadores que se dizem evangélicos mas curtem uma orgia regada a cerveja e mulheres de baixo nível (Não é Felipe Mello?), os clubes que não formam cidadãos e sim mercadorias humanas, a sociedade como um todo, todos são doentes.
Atualizado: Em fevereiro de 2017, após quase 7 anos de prisão, Bruno Souza foi solto por decisão do STF para aguardar o recurso da sentença em primeira instância em liberdade.
Eliza Samúdio foi morta e esquartejada por um homem que não queria pagar a pensão para o filho que tiveram juntos. Teve suas partes para os cães. Nunca encontraram seus restos mortais, Eliza entrou para estatística alta de violência feminina no Brasil.
Há algo errado com nossa sociedade.
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