Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A hora do Rancor: Da falsa humildade ao coitadismo.

Publicado originalmente em 23/04/09
Esse blog reflete as minhas opiniões não espero que ninguém as tome como verdade absoluta da vida. E sim, a minha visão do que é correto pode não bater com a de quem leia isto.

- Não gosto de pessoas humildes!

Parece uma afirmação forte, pode até chocar. Mas, até o final vai ser possível entender a minha visão do que é humildade para que considero falsa humildade. Permita-me explicar.

Costumeiramente ouve-se certas sentenças sobre humildade que eu considero ser completas imbecilidades. Prega-se por aí a humildade, o pobre e coitado, como uma virtude. Muitas religiões pregam que a pobreza é o caminho da redenção, enquanto seus sacerdotes são ricos.

Humildade, no Brasil, pode ser um sinônimo de impotência ou completa nulidade ante a uma situação onde não podemos interferir nem mudar por nós mesmos. Onde ficamos dependentes de terceiros ou de fatores externos, até aí tudo bem, o raciocínio que se aplica é: "Se eu não sou capaz de resolver só me resta esperar que tais fatores mudem por si só ou - suposta - intervenção de terceiros" (Governo, Deus ou puro acaso).

Reconhecer suas limitações é algo plenamente respeitável, ter auto-critica é digno. Para mim é humildade verdadeira. Mas também passar o resto da vida esperando por algo é preferível se matar.

O problema é que vejo a noção de humildade ser transformada em preguiça e servidão com uma dose venenosa de despeito, inveja e até raiva. Muitas pessoas tem o mal hábito de se fazer de coitado, se colocar como vítima do mundo. São incapazes, ou não querem ser capazes de fazer algo por si.

Preferem simplesmente lamentar, pedir ajuda, lamentar, pedir por mais ajuda, sentir raiva por aqueles que conseguem o que querem, desmerecer os méritos alheios e continuar a vida inteira se fazendo de vítima e esperando que alguém resolva seus problemas.

Não confio em gente muito "humilde", não gosto de gente muito "coitada". No máximo sinto um pouco de pena por aqueles que são limitados culturalmente e que; portanto, sequer tem condições intelectuais para encontrar alguma solução ou de decifrar os enigmas pessoais sem orientação.

Eu só ajudo quem eu sinto algum potencial, é um investimento. Parece egoísta eu sei, mas ajudar quem só se faz de vítima, o coitadinho; é como enxugar gelo, você ajuda mas logo ele irá voltar pedindo por mais. Um exemplo mais gritante disso pode ser visto na população de rua das grandes cidades. (As vezes tenho surtos e acabo dando uns trocados a quem me pede, é um acontecimento raro e difícil de explicar).

Vejam bem eu tenho lastro para falar dessa forma. Sou filho de nordestinos e criado por mãe divorciada: Mãe empregada doméstica e pai zelador de edifícios. Hoje posso dizer que se moro em um bom lugar, e não na favela que morava há 13 anos atrás; se tenho a formação que consegui ter, devo ao fato de minha mãe e meu pai (principalmente minha mãe) nunca ficarem esperando ajuda de governo.

Ao meu ver essa humildade, esse "coitadismo" que se vê é um estado de espírito momentâneo em certas circunstâncias da vida. Alguém humilde demais eu enxergo como um sinal do que chamo de "subserviência ingrata baseada na chantagem". Alguém que prefere comer o resto de outro, para reclamar pelas costas, enquanto finge gratidão. Do que correr atrás.

Ainda sou do tipo que prefere ouvir calado porém, pensando na resposta que será dada no futuro. Do que baixar a cabeça e sair por ai pedindo a pena alheia. Enfim, não gosto deste tipo desse tipo de humildade desse coitadismo que é tolerado e estimulado por instituições diversas e principalmente pelo governo no Brasil.

Se não concorda, me processe. Só não garanto que te pagarei a indenização a vista, ainda sou pobre, mas pelo menos sou limpinho.

4 comentários:

  1. Ainda bem que você não espera que eu concorde. Não concordo mesmo. Humildade não é pra ser confundida com servidão. Quem vive se fazendo de coitado e na servidão não tem o direito de se dizer humilde. Humildade é humildade, falta de amor próprio é falta de amor próprio, preguiça é preguiça.

    Azar de quem usa o vocabulário Humildade corretamente e desvirtua o sentido.

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  2. Correção: Azar de quem usa o vocabulário Humildade INCORRETAMENTE e desvirtua o sentido.

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  3. Adendo: (kkkkkkkk sim, eu penso, falo e escrevo demais) qual é a grande vantagem em ter orgulho de ser orgulhoso?

    Você quer tanto uma coisa, mas o seu orgulho não te deixa admitir. Você vê que fez uma besteira, você sofre com isso, quer reparar, mas o orgulho não te deixa. Fique sem o que você quer, não repare o erro que você fez... e viva (in)feliz.

    Por causa do orgulho, muitas pessoas perdem o amor da vida delas. Por causa do orgulho, muitas pessoas perdem o convívio com os parentes. Por causa do orgulho, muitas pessoas vivem na solidão.

    Sei lá... é isso que eu acho rs.

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  4. Bom tópico, consegui criar um pouco de polêmica. E boa sugestão, o orgulho é um bom tema para eu falar em breve.

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