Supergrupos sempre chamam a atenção mesmo antes de ter
qualquer canção divulgada, e não foi diferente com o Killer be Killed, um
projeto que começou a ser formado em 2011 e tem 4 nomes fortes do metal americano dos últimos 15 anos entre seus integrantes. Sim,
apesar de ter o (ícone) brasileiro Max Cavalera (vocal e guitarra) em sua
formação, não podemos esquecer que o mesmo vive nos Estados Unidos há décadas,
lá montou o Soulfly e de lá também comanda sua carreira. Os outros parceiros de
crime são Greg Puciato, vocalista do ótimo The Dillinger Escape Plan, Troy
Sanders, baixista e vocalista do já grandioso Mastodon e Dave Elitch, baterista
de um talento e abrangência enormes, tendo tocado em grupos que vão do The Mars
Volta (a principal) até as bandas de apoio de Justin Timberlake e Miley Cyrus.
Depois de passarem o mês de setembro de 2013 gravando o primeiro trabalho,
agora em 2014 chega as lojas o debut Killer
be Killed.
Confesso que na primeira ouvida achei o disco meio confuso,
por duas razões: primeiro o lance de ter três caras dividindo os vocais, de início me senti um pouco perdido; segundo porque o álbum apresenta em alguns
momentos uma modernidade que eu não esperava. Sinceramente, quando foi
anunciado o projeto, para mim viria uma das coisas mais brutais que o metal
produziria este ano, e de repente me deparei com melodias que soam como as
atuais bandas do chamado metalcore americano. Não foi algo negativo, mas sim
uma surpresa.
Porém, a cada audição o disco torna-se melhor e mais
compreensível. Quando Max entra na jogada instantaneamente a canção ganha a
veia que eu esperava ouvir desde o início. Max é definitivamente a conexão do
Killer be Killed com o lado mais brutal, enquanto Troy Sanders é responsável
pelos momentos mais tensos e Greg Puciato cuida das partes mais melódicas. A
parte técnica e instrumental é muito boa, e meu destaque pessoal vai para o
baterista Dave Elitch, que é dono de um groove sensacional – e formou uma
cozinha matadora com Troy Sanders. Killer be Killed é repleto de
momentos que lembram cada uma das bandas principais dos quatro envolvidos, e
segurar essa onda toda instrumentalmente – e por diversas vezes esses estilos
todos dentro de uma única faixa – foi de uma competência tremenda, como na
sensacional Face Down, por exemplo.
Se o começo do álbum é dedicado às canções mais melódicas,
da metade para o fim é só desgraceira: Fire
To Your Flag, IED, Dust Into Darkness
e a lenta e raivosa Forbidden Fire (destaque
para o brasileiro) são as melhores do lado mais agressivo da banda, enquanto Wings of Feather and Wax e Melting on My Arrow representam melhor o,
se é que podemos chamar assim, lado mais acessível.
Foi uma estreia com o pé direito. Dificilmente veremos esses
caras tocando ao vivo ou fazendo longas turnês (talvez um show aqui, outro
ali...), mas fica a esperança de que isso não acabe neste primeiro álbum (como
aconteceu com o Nailbomb, de Max, por exemplo, mas isso é outra história).
A produção ficou a cargo de Josh Wilbur, e o petardo sai
pela Nuclear Blast no mês de maio.
Nota: 8.0
1. | "Wings of Feather and Wax" | 3:40 |
2. | "Face Down" | 4:35 |
3. | "Melting of My Marrow" | 4:38 |
4. | "Snakes of Jehova" | 4:01 |
5. | "Curb Crusher" | 3:31 |
6. | "Save The Robots" | 4:11 |
7. | "Fire To Your Flag" | 2:31 |
8. | "I.E.D." | 4:35 |
9. | "Dust Into Darkness" | 3:57 |
10. | "Twelve Labors" | 4:29 |
11. | "Forbidden Fire" | 5:38 |
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