Millor Fernandes:


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terça-feira, 27 de maio de 2014

Killer be Killed: estreia em grande estilo do novo supergrupo do metal

Supergrupos sempre chamam a atenção mesmo antes de ter qualquer canção divulgada, e não foi diferente com o Killer be Killed, um projeto que começou a ser formado em 2011 e tem 4 nomes fortes do metal americano dos últimos 15 anos entre seus integrantes. Sim, apesar de ter o (ícone) brasileiro Max Cavalera (vocal e guitarra) em sua formação, não podemos esquecer que o mesmo vive nos Estados Unidos há décadas, lá montou o Soulfly e de lá também comanda sua carreira. Os outros parceiros de crime são Greg Puciato, vocalista do ótimo The Dillinger Escape Plan, Troy Sanders, baixista e vocalista do já grandioso Mastodon e Dave Elitch, baterista de um talento e abrangência enormes, tendo tocado em grupos que vão do The Mars Volta (a principal) até as bandas de apoio de Justin Timberlake e Miley Cyrus. Depois de passarem o mês de setembro de 2013 gravando o primeiro trabalho, agora em 2014 chega as lojas o debut Killer be Killed.



Confesso que na primeira ouvida achei o disco meio confuso, por duas razões: primeiro o lance de ter três caras dividindo os vocais, de início me senti um pouco perdido; segundo porque o álbum apresenta em alguns momentos uma modernidade que eu não esperava. Sinceramente, quando foi anunciado o projeto, para mim viria uma das coisas mais brutais que o metal produziria este ano, e de repente me deparei com melodias que soam como as atuais bandas do chamado metalcore americano. Não foi algo negativo, mas sim uma surpresa.

Porém, a cada audição o disco torna-se melhor e mais compreensível. Quando Max entra na jogada instantaneamente a canção ganha a veia que eu esperava ouvir desde o início. Max é definitivamente a conexão do Killer be Killed com o lado mais brutal, enquanto Troy Sanders é responsável pelos momentos mais tensos e Greg Puciato cuida das partes mais melódicas. A parte técnica e instrumental é muito boa, e meu destaque pessoal vai para o baterista Dave Elitch, que é dono de um groove sensacional – e formou uma cozinha matadora com Troy Sanders. Killer be Killed é repleto de momentos que lembram cada uma das bandas principais dos quatro envolvidos, e segurar essa onda toda instrumentalmente – e por diversas vezes esses estilos todos dentro de uma única faixa – foi de uma competência tremenda, como na sensacional Face Down, por exemplo.



Se o começo do álbum é dedicado às canções mais melódicas, da metade para o fim é só desgraceira: Fire To Your Flag, IED, Dust Into Darkness e a lenta e raivosa Forbidden Fire (destaque para o brasileiro) são as melhores do lado mais agressivo da banda, enquanto Wings of Feather and Wax e Melting on My Arrow representam melhor o, se é que podemos chamar assim, lado mais acessível.

Foi uma estreia com o pé direito. Dificilmente veremos esses caras tocando ao vivo ou fazendo longas turnês (talvez um show aqui, outro ali...), mas fica a esperança de que isso não acabe neste primeiro álbum (como aconteceu com o Nailbomb, de Max, por exemplo, mas isso é outra história).
A produção ficou a cargo de Josh Wilbur, e o petardo sai pela Nuclear Blast no mês de maio.

Nota: 8.0

1."Wings of Feather and Wax"  3:40
2."Face Down"  4:35
3."Melting of My Marrow"  4:38
4."Snakes of Jehova"  4:01
5."Curb Crusher"  3:31
6."Save The Robots"  4:11
7."Fire To Your Flag"  2:31
8."I.E.D."  4:35
9."Dust Into Darkness"  3:57
10."Twelve Labors"  4:29
11."Forbidden Fire"  5:38

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