Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Wilson Agostinho: DILMA NÃO É CHARLIE...




Dilma Rousseff condenou o ataque à redação do jornal satírico Charlie Hebdo em Paris nesta quarta-feira: “Esse ato de barbárie, além das lastimáveis perdas humanas, é um inaceitável ataque a um valor fundamental das sociedades democráticas – a liberdade de imprensa.”

Essa liberdade de imprensa é o mesmo valor fundamental que o governo Dilma ataca no Brasil por meio do novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que assumiu a pasta para tocar a censura travestida de regulação da mídia.

É o mesmo valor fundamental que os militantes petistas da União da Juventude Socialista, insuflados pelas acusações de Dilma em rede nacional contra VEJA, atacaram ao depredar e pichar a sede da Editora Abril, que publica a revista, após a revelação de que a presidente e seu antecessor sabiam de tudo do Petrolão.

É o mesmo valor fundamental que o então ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Thomas Traumann, atacou quando pressionou o SBT a calar a apresentadora – e crítica do governo – Rachel Sheherazade em pleno ano eleitoral.

É o mesmo valor fundamental que Lula atacou ao tentar expulsar do Brasil o repórter americano Larry Rother por revelar seus hábitos etílicos. É o mesmo valor fundamental que o PT ataca diariamente ao patrocinar com dinheiro público os blogs sujos (alguns com nome de ‘revista’ ou ‘portal’) para difamar veículos e jornalistas independentes. Os ataques petistas à liberdade de imprensa são movidos pela mesma intolerância à divergência, à crítica, à sátira que move os terroristas islâmicos, guardadas as diferenças de método e grau de criminalidade com que a colocam em prática.

Os franceses hoje estão nas praças, nas ruas, nas redações e nas redes sociais levantando cartazes com a frase “Je suis Charlie”, em homenagem aos doze mortos no escritório do jornal e em defesa do “valor fundamental das sociedades democráticas – a liberdade de imprensa”.

Mas Dilma não é Charlie. Dilma é a União da Juventude Socialista.

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