Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

O estado pode te proteger?




O evento ocorrido no hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, nos leva a uma reflexão onde alguns fatos precisam ser levantados.

A policia leva um bandido de alta periculosidade a um dos principais hospitais de emergência da cidade:
- A medida descumpre uma decisão do CREMERJ que diz que presos devem ser levados para hospitais penitenciários ou hospitais da policia, onde possam permanecer em vigilância constante;
Segundo site oficial o Rio possui três hospitais penitenciários:
http://www.visitanteseap.rj.gov.br/Visita…/unidadesseap.html
- Nos 6 dias que esteve internado o preso recebeu visita de familiares e advogados, conseguiu falar ao celular. É denunciado que o preso tem PRIORIDADE DE ATENDIMENTO, passando na frente dos demais pacientes para fazer exames de raio X e demais procedimentos;
- A policia civil informa à secretaria de segurança do estado que existia um plano de resgate do preso de dentro do hospital. Portanto o secretário de segurança SABIA QUE HAVIA UM PLANO DE RESGATE EM CURSO;
- O hospital fica numa região central da cidade, próximo a o batalhão de choque da PM, próximo a um batalhão dos bombeiros e próximo a sede da secretaria de segurança do estado.
- DOIS policiais são mantidos no local para vigiar o preso. Um dos PMs desabafa ter informado ao seu comandante que percebeu movimentação estranha que evidenciava que havia gente observando a rotina do hospital o que denunciava que a descoberta da policia civil era real. O PM solicita ao seu comandante reforço de viaturas, armamento mais pesado (fuzis) uma vez que os dois policiais só portavam pistolas e recebe de resposta do comandante que não era necessário transitar no hospital com armamento pesado.
- Nenhuma viatura é enviada para guarnecer o local;
- Há a invasão, o tiroteio, uma pessoa que procurava atendimento hospitalar morre no confronto, funcionários são usados como refêns. Por sorte os dois policiais que guarneciam o lugar não foram mortos, mas acabaram escolhendo entre a própria vida ou lutar os dois usando apenas pistolas contra 25 HOMENS ARMADOS COM FUZIS E GRANADAS;
- Bandido é resgatado e uma vida civil é perdida.
- Nenhuma indignação. Nos acostumamos a isso.

Com todos esses dados vem as seguintes perguntas.

1) Não era para o comandante responsável pela operação; toda a cúpula da PM e o Secretário de Segurança do estado serem EXONERADOS por PREVARICAÇÃO e OMISSÃO por não terem tomado todas as precauções cabíveis mediante a informação prévia?
2) O estado tem alguma condição de proteger a sua população visto que é incapaz de conter um resgate de um criminoso DENTRO DE UMA UNIDADE PÚBLICA DE SAÚDE?
Deixo as perguntas para o governador Francisco Dornelles, uma múmia da politica carioca que hoje ocupa a cadeira do palácio Guanabara e para todos os eleitores do estado.

Agora pense no seguinte, se levarmos a questão para o âmbito nacional. Os fatos ocorridos no Rio de Janeiro não são uma exceção. Vários casos semelhantes onde bandidos são resgatados de dentro de hospitais e presídios ocorrem em todo o pais.

No Brasil vigora o estatuto do desarmamento, onde somente dois tipos de pessoas andam armadas: Policiais (autoridades do estado) e bandidos (marginais ao estado). O cidadão civil não tem este direito. Falta policiamento capaz de coibir o crime, sobram bandidos armados com equipamento melhor aos das forças policiais.

Se tomarmos o exemplo das "Free gun zones" dos Estados Unidos, Locais onde é proibido o porte de armas mesmo para policiais, que são, em geral; onde ocorrem se não todos, mas a maioria dos ataques brutais a civis naquele pais. É seguro afirmar que o estatuto do desarmamento torna o Brasil inteiro uma grande "free gun zone".

Que capacidade tem o estado de prover segurança a população?

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