Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Wilson Agostinho: Esperança roubada

O Brasil é um gigante apequenado pela corrupção institucionalizada e pela falta de perspectiva de um futuro melhor. Políticos mesquinhos, cínicos e sem qualquer escrúpulo roubam de tudo. No atacado e no varejo. Nada escapa. Desde o dinheiro para construir, equipar escolas e pagar salário decente aos professores até o leite das crianças. Eles não se envergonham de nada. Nem de ver o país na rabeira dos rankings internacionais de educação.

Afinal, pra quê escola de boa qualidade? Essa gente está mais preocupada é com os milhões de votos que o Bolsa Família rende. Sabe que só o conhecimento emancipa, liberta e verdadeiramente tira o cidadão da miséria. Logo, em vez de investir na educação e preparo das pessoas, oferece a quem estuda na rede pública o atalho fácil das cotas. Esse tem mais apelo eleitoral. Reforça o discurso da luta de classes. E, claro, rende mais votos. Simples assim.

Mas é tudo culpa do PT? Claro que não. Dinheiro público rouba-se desde a chegada dos colonizadores. A diferença é que os petistas chegaram ao Planalto prometendo "ética" na política e "combate sem trégua" à corrupção no país. Não fizeram uma coisa nem outra e ainda implodiram a boa-fé de quem votou nos candidatos do partido. Pior: a impressão, generalizada, hoje é a de que nunca se roubou tanto no Brasil como agora. As cifras bilionárias do assalto aos cofres da Petrobras impressionam. Perto do escândalo do 'petrolão', as maracutaias de notórios ladrões do erário parecem café pequeno. Já nem dá mais para alegar que tudo é culpa da "herança maldita" deixada por FHC: com a reeleição de Dilma, o PT caminha para 16 anos no poder. Enquanto a conjuntura internacional favorável ajudou, principalmente com a venda em alta de commodities à China, a economia nacional surfou, criou pleno emprego e impulsionou a ascensão de uma nova classe média.

Era a hora de fazer as reformas estruturais de que o país tanto precisa. Mas tanto Lula quanto Dilma não souberam ou não quiseram aproveitar a oportunidade. Sobretudo Dilma. O governo dela apostou em políticas econômicas erradas. Maquiou números para esconder a realidade e destruiu a economia. Hoje, com o cenário externo adverso, resta uma crise ética e financeira a assombrar os brasileiros. E a constatação de que a saúde, a mobilidade urbana, a educação e a segurança andaram para trás. No Brasil dos últimos 12 anos, afanou-se até a esperança de quem não tinha medo de ser feliz.

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