Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A hora do Rancor: Quando a cara-de-pau vira norma politica.

Chega de ternura, vou dar inicio a uma série de postagens onde irei fazer um paralelo com noticias do dia a dia e opiniões minhas. Que creio eu (e espero) irão causar certa revolta. (Vou até ficar desapontado se ninguem se manifestar contra).

Matéria do Jornal EXTRA (RJ)

Publicada em 05/05/2009 às 00:37

Câmara de Vereadores do Rio se prepara para por fim à sessão de sexta-feira

RIO - Uma proposta da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores do Rio ameaça encolher ainda mais a participação semanal dos parlamentares no plenário da Casa. Um dos artigos do Projeto de Resolução 5/2009, que altera parte do Regimento Interno, prevê que as sessões ordinárias ocorram de terça a quinta-feira, das 14h às 18h. As de sexta-feira, hoje pouco frequentadas, deixariam de existir, oficializando para alguns a já tradicional gazeta.

O projeto foi apresentado ao plenário no dia 16 de fevereiro. Como altera o Regimento Interno, precisa de dez sessões - cinco em primeira e cinco em segunda discussão - para ser ou não aprovado. A proposta chegou à metade do caminho em abril, mas recebeu três emendas e só deve voltar à pauta no mês que vem.

Conforme prevê a Constituição Federal, o salário de um vereador cujo município tem mais de 500 mil habitantes corresponde a 75% do que ganha um deputado estadual. É o caso do Rio, com população de 5.857.904 (Censo do IBGE/2000), onde o salário é de R$ 9.288 (R$ 309,60 por dia).

Se algum vereador deixar de atuar, ainda que fora da Casa, todas as sextas (quatro ou cinco, de acordo com a quantidade de dias do mês), estará trabalhando apenas 15 ou 16 dos 20 dias úteis. Em termos de salário, isso significaria receber, sem merecimento, R$ 1.238,40 ou R$ 1.548 mensais - respectivamente cerca de 2,4 vezes ou 3 vezes o piso do salário mínimo municipal das domésticas (R$ 512,67).

Comentário: Não vou me alongar. A cara-de-pau dos eleitos pelo povo se torna cada dia mais evidente, vide o caso das passagens aéreas em Brasilia, só não enxerga quem não vê. Lamentavelmente a matéria não fornece o nome dos "dignissimos" autores de tal projeto. Eu sei que divulgar por aí o nome dos "respeitáveis senhores" não vai resolver. Enquanto o voto nesse pais for obrigatório e enquanto existir quem venda voto por 50 R$ ou jogo de camisa não vale a pena nem tentar.

Sinceramente a cada dia percebo que não pode existir igualdade de opinião eleitoral. Em suma, o que quero dizer é que me frustra saber que o meu poder de voto é igual ao do "Zé das Couves" que vende seu voto por uma cesta básica ou por 50R$. Sinceramente pouco me importa a situação de desespero desse cidadão uma vez que a solução conseguida por ele é paleativa. E ele irá passar mais nescessidades por no mínimo 2 anos até a eleição seguinte a um outro cargo.

Sim sou a favor de um modelo de "voto censitário" que crie pesos de valores de votos. Vejam bem ainda estou sendo legal por apenas imaginar pesos e não excluir determinada classe. Mal ou bem nem todo mundo com pouco estudo é imbecil. Conheço gente com curso superior que são completas toupeiras. Mas, fica muito dificil defender uma ideia dessas sem que ela se torne injusta para a ponta mais fraca da corda.

Dizem que acabar com o voto obrigatório eliminaria com certas práticas eleitorais. Eu tenho as minhas dúvidas. Um cidadão pobre que não é obrigado a votar tende a ter o valor de seu voto ampliado. Tentem controlar uma votação em uma favela comandada por milícia ou traficantes. Dúvido que as praticas de compra de voto e imposição armada não iriam ser maiores. Em contra partida o garoto Zona Sul vai preferir curtir a praia e terá menos motivos ainda para se informar em quem vota.

Essa situação cabe perfeitamente em praticamente o pais todo. Basta adptar a realidade de cada estado.

Enfim, fico agurdando; com um sorriso cínico, que alguem tente me convencer do contrário.

4 comentários:

  1. Po, Saga, eu acho que essa medida de dar valores diferentes aos votos de pessoas instruidas e não-instruidas seria comparado ao processo das cotas nas universidades. Ou seja, ao meu ver, só geraria mais polêmica e não resolveria nada. Iria gerar a questão em como definir o grau de valor de cada voto e ir para esse lado sem "esbarrar" na desigualdade social é impossível. Eu acho que a chave de desse problema (como de muitos outros) seria a educação de qualidade, algo que desperte nas pessoas a consciência de sociedade, o senso de lógica e senso crítico.
    É o caso de Macaé, a cidade onde trabalho. Os políticos aqui são os que menos fazem, recebem grana alta da Petrobrás e ainda conseguem dirigir a cidade rumo ao caos. Com um transporte público de merda, infraestrutura vergonhosa, dentre outras características. Mas analiso; será que o povo merece algo melhor? Ao avaliar a educação das pessoas daqui na rua, verifiquei que realmente elas merecem o que vivenciam (talvez até coisas piores, acho que pessoas devem ser tratadas com pessoas, assim como animais devem ser tratados como tal), por que é cada absurdo que se for falar aqui vai alongar mais ainda o texto. Mas digo que a falta de educação/consideração não é exclusividade dos políticos governantes. Eu sinto é pela minoria que tem que fazer algo aqui e depende de meios públicos para se manter.
    Agora, essa questão gera um paradoxo. Uma vez que a educação seria a solução mais acertada e que para termos educação dependemos muito de um governo justo e eficaz, que é decidido pelo nosso voto. É uma questão complicada, mas mesmo assim voto pela educação em primeiro lugar. Foi mal escrever muito, é que me empolguei, kkkkk

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  2. Sem problema o que eu quero mesmo é que escrevam. Quero é gerar uma discussão.

    O que acontece em Macaé acontece em Maricá e em outras tantas cidades da região dos lagos.

    O paradoxo que você expos no final é exatamente o que eu queria que alguem levantasse. Minha ideia, apesar de radical, tem uma função completamente imediatista. Infelizmente estamos nos encaminhando a uma direção onde é preciso em muitos aspectos agir mais radicalmente. Enquanto existir gente que por desespero ou pura falta de consciência venda seu voto que seja incapz de enxergar mais longe. Se ficarmos esperando que alguem institua a educação e cultura como prioridade deste país as coisas nunca irão mudar.

    Agora sobre como definir um peso de valor individual sem esbarrar numa questão de desigualdade social é quase impossivel. Infelizmente.

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  3. Acho que não precisamos de mais situações que acentuem as diferenças sociais no país. Estipular pesos diferentes para o voto de cada cidadão é uma forma de exclusão.

    Esse assunto me revolta, eu acho que somatizo a raiva, porque chega até a me dar dor de cabeça quando penso nas injustiças que são cometidas por aí.

    Viva o CQC, que expõe os podres da câmara em rede nacional - por enquanto, até eles serem censurados (e eu acho que não demora).

    Como fazer 170 milhões votarem conscientemente? Não se iluda, Saga... Qualquer medida a favor da conscientização do voto não será tomada por parte do governo. O jeito é apoiar programas e ONGS que cobram do governo, que expõem a situação de podridão da câmara dos deputados - todos preocupados em legislar em causa própria.

    Fazer barulho... conversar com os vizinhos, colegas de trabalho, com os alunos. Não tô dizendo pra você tentar convencer o seu vizinho a votar em partido "tal". Tô dizendo pra você demonstrar a sua indignação com a situação. Deixar os outros saberem que tem mais gente indignada com a situação.

    Não vai dar pra mudar o país, estado ou cidade inteira. Mas pelo menos você fez as pessoas próximas de você pensarem.

    Não aceito um "ah, Lu.. mas isso não resolve nada". Não resolve nada mesmo, mas o que mais vai resolver? Ficar pregando mudanças que você nunca vai conseguir aprovar por não ser um político. Se for político, tem que ter as costas quentes.

    Então... vamos fazer barulho e deixar uma pulga atrás da orelha das pessoas que estão próximas da gente. Quanto mais pessoas com a pulga atrás da orelha, mais gente revendo e repensando conceitos.

    Sei lá... eu sou meio desanimada nesse assunto de "mudar a ordem". Convenhamos, é bastante utópico, assim como querer mudar as pessoas ao nosso redor também é. Mas pelo menos eu tenho consciência de que estou fazendo alguma coisa, e não permaneço passiva e apática perante uma situação filha da puta dessas!

    Beijos, Sagolain!

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  4. Nada vai mudar a verdade é essa, eu não acredito mais nessa coisa de igualdades. Acredito que o povo ainda não sofreu o suficiente para tomar vergonha na cara. Continuo achando absurdo eu me dar o trabalho de saber em quem voto enquanto o povão literalmente fica de sacanagem.

    Vou passar a seguinte situação: aqui no Rio a últimas eleições tem sido decididas pelo voto das comunidades carentes chefiadas pelas milicias e tráfico, curiosamente o candidato vencedor nestes locais é o atual prefeito cuja a candidatura já era ilegal por não cumprir com certos prazos exigidos pelo TSE e misteriosmente aprovada por debaixo dos panos, e que entre seus apoios estavam algumas das mais notórias e nefastas figuras do estado. Gente do calibre de sabidos colarinhos branco, candidatos envolvidos com as milicias etc... sem mencionar as agressões e abusos cometidos contra os voluntários do outro candidato, panfletos aprócrifos ilegais e um verdadeiro show de irregularidades isso na cara de todos.

    A vitória se deu por uma diferença mínima. E a cidade nunca esteve tão abandonada como nos ultimos tempos se com o Cezar era ruim com seu filhote está pior.

    Só digo o seguinte quem tem que se manifestar somos nós que possuem algum senso crítico. Óbvio que os governantes nunca iriam fazer algo como a minha idéia pois eles é quem saíriam perdendo.

    Todas as grandes revoluções no mundo foram iniciadas pela classe média onde o povo apenas entrou como "massa pilhada".

    Utópia para mim é imaginar que manter igualdades de voto para uma nação que não sabe escolher é melhor. Eu não acredito em uma liberdade que não tenha sido adquirida com luta. E o povão obviamente parece que não sofreu o suficiente com a falta de liberdade nos anos de ditadura e nos atuais anos de liberdade.

    É preciso que eles percebam, nem que seja pela força, que seu voto mal escolhido prejudica a nação e suas proprias vidas. Garanto que aí eles iriam se revoltar com sua condição declarada de excluídos e iriam se mexer.

    Obrigado pelas opiniões de vocês mas ainda não me convenci. Mas fiquem tranquilos minhas idéias nunca irão ser colocadas em prática.

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