Evento de Rock/Metal na Zona Oeste é cancelado pela PM

O evento West Rock Zone, promovido pelas produtoras Fashion Produções, Rato no Rio e  Rio Metal Works, que teria a banda Matanza como atração principal, foi cancelado pela policia sob a alegação de falta de alvará.


Fonte: RadiocultFM e Facebook Rio Metal Works
Aconteceu no último sábado (15/9), no Sítio Top Model (RJ), parte do que seria o West Rock Zone, festival que teria o Matanza como atração principal. Chegaram a se apresentar as bandas Tamuya Thrash Tribe, Scatha, Khaos Inside, Lastima, Uzômi, e por último, a Cara de Porco, que, por ironia do destino, foi interrompida pouco depois da música “Quem tá no Rock é pra se fuder”. Neste momento, a polícia pediu o cancelamento do evento alegando que o local não tinha alvará para funcionar.

Segue abaixo a nota da produtora:

Infelizmente, devido à intolerância ao nosso movimento cultural, tivemos o nosso evento cancelado pela polícia.

A produção gostaria de agradecer a TODAS as bandas presentes que nos apoiaram incondicionalmente, (tenham certeza que teremos outras oportunidades em breve), assim como a produção e equipagem da banda MATANZA que entendeu perfeitamente o ocorrido.

Desejamos parabenizar ao público, que mesmo no momento de angústia e frustração se comportou de forma ordeira, não enfrentando a polícia, o que de poderia complicar, e muito, a situação. E agradecer aos muitos que aguardaram e que manifestaram apoio e que se mantiveram firmes no ideal de construir uma cena forte em nossa cidade.

Queremos deixar assegurado que TODOS que compraram o seu ingresso terão o seu valor ressarcido. Basta retornar as lojas, COM O CANHOTO, onde você adquiriu o seu ingresso, a partir de quinta-feira próximo dia 20 e efetue a troca.

Para quem adquiriu o ingresso na hora, e não conseguiu o seu ressarcimento. Repetimos, SOMENTE para quem adquiriu na HORA, há duas formas de ser efetuado. Envie um email para fashionproducoes@globo.com ou riometalworks@gmail.com para estarmos agendando individualmente a melhor forma do extorno de seu ingresso o mais rápido possível. Ou compareça na Avenida Conego Vasconcelos 549 - Bangu no dia 20 de Outubro – Bilheteria do Atlético Bangu das 15:00 às 00:00 para ter o seu dinheiro de volta.

Manifestamos a nossa admiração por todas as palavras de apoio de todos aqueles que conhecem a fundo o nosso trabalho. Tenham certeza que manteremos firme o nosso ideal de trazer grandes momentos ao Heavy/Rock underground de nossa cidade da mesma forma que estamos fazendo há tanto tempo.
Um grande abraço a todos.

Rato no Rio, Fashion Prod., FSOM e Rio Metal Works

Comentário: O que tem que ficar claro é que o cancelamento e a falta de alvará se deram por um único motivo: Não pagamento de propina. Não precisa ser gênio para perceber isso. Eventos como o Rock Humanitário, em Cabo Frio, que teve de ser cancelado pelo fato de a prefeitura local criar dificuldades para liberação de alvarás.

Aqui no Rio parece que ocorre o mesmo. A verdade é que maioria dos eventos underground ocorrem sem alvará, não por desleixo da maioria dos organizadores e sim pela máquina de propinas que impera. - Produtoras com longo histórico de eventos como a Rio Metal Works, Fashion Produções e a Rato No Rio não seriam irresponsáveis a ponto de cometer tal insanidade - Então ou você paga ou faz o evento correndo o risco de ter uma ação brusca da Policia (que costuma ser truculenta nessas ações). Por sorte, neste evento o público metal comportou-se como o esperado de nossa parte agindo de forma ordeira. - Garanto que se fosse um dos eventos (orgias e consumo de drogas descarado) dos "Barões do Funk" e outros lixos culturais não só teriam o alvará como apoio da Prefeitura.

Há sim um monopólio cultural no Rio. E este tipo de situação, para este blogueiro apenas confirma o fato.

Fica a pergunta até quando o público de metal, seus produtores e artistas irão ficar inertes esperando por migalhas? tentando conseguir brechas na lei Ruanet, sendo obrigados a se esconder ou ficarem isolados numa espécie de "gueto cultural" realizando eventos sem apoio, sem estrutura e as vezes de forma mambembe (não é o caso citado mas ocorre com outros produtores) entre outras manobras para se conseguir na marra realizar algo?

Os funkeiros assim como os evangélicos faz muito tempo perceberam que para crescer e agir deveriam assumir o poder, ou fazer parte dele. Não é difícil achar na Câmara de Vereadores e na ALERJ representantes declarados desses nichos.


Meu apoio aos organizadores e meus parabéns ao público pela postura.

Por último um recado ao público Rock/Metal do Rio e qualquer outro que se importe com a cultura e diversidade de eventos. Pensem bem antes de eleger/reeleger candidatos a prefeito/vereador com ligações escusas com granes empresários de entretenimento e milicias.

Saibam que a sua diversão de fim de semana também pode sentir os efeitos da sua falta de interesse.