Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Marcelo Freixo e Bebeto criam Ingressos populares a 30%. Quando o cão raivoso do estado morde a mão nada invisível do futebol.

Em nenhum lugar decente do mundo futebol é tratado como politica pública. Justiça social se faz com acesso a educação e saúde de qualidade. Não com acesso fácil a jogo de futebol em detrimento de uma parcela que vai arcar com o custo, pesado, dessa benevolência estatal.

O mesmo estado que privatizou o maracanã após termos pago mais de 1 bilhão nele, sem que esse dinheiro retornasse aos cofres, e ainda causou o encarecimento dos custos de uso do estádio.

O projeto é de 2011, mas honestamente essa quizumba toda há 11 meses de uma eleição fica muito difícil de não chamar de oportunismo

PROJETO DE LEI Nº 1165/2011

"Art. 1° – Os gestores, administradores e concessionários de estádios de futebol, arenas e outros equipamentos esportivos que, em sua construção ou reforma, tenham recebido isenções ou outras modalidades de benefício fiscal, outorgados pela União, Estado do Rio de Janeiro ou Prefeituras, deverão reservar, em cada evento desportivo que sediarem, 30% dos ingressos para serem comercializados a preços populares."

Art. 2º – Os ingressos a preços populares serão destinados as pessoas relacionadas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, regulamentado pelo Decreto Nº 6.135, de 26 de junho de 2007, ou beneficiadas pelo Programa Renda Melhor, instituído pela Lei Estadual N° 6.088, de 25 de novembro de 2011.

Art. 3° – Para aquisição de ingressos a preços populares o beneficiado deverá apresentar, nos postos de venda indicados pelo promotor do evento esportivo, documento de identificação com foto e comprovante de inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal ou no Programa Renda Melhor do Governo Estadual.

Art. 4° – O valor cobrado pelos ingressos comercializados a preços populares não poderá exceder a 30% do valor do ingresso mais barato disponível ao público em geral.

Art. 5° – Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação. .

Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 15 de Dezembro de 2011.

MARCELO FREIXO DEPUTADO ESTADUAL

BEBETO DEPUTADO ESTADUAL

JUSTIFICATIVA

O objetivo da presente proposição é preservar o caráter popular do futebol, fazendo-lhe inclusive de modelo para outras modalidades esportivas. Por isso, a defesa de cota de 30% de ingressos a preços populares não apenas para estádios e arenas, mas para o conjunto de equipamentos esportivos. Com inspiração em propostas da Associação Nacional de Torcedores e Torcedoras (ANT), esse projeto de lei versa sobre a democratização do esporte no país, atentando-se ao exemplo do futebol, que é um patrimônio cultural do povo brasileiro, responsável pela criação de um estilo único e inigualável de jogar e também de torcer reconhecidos mundialmente. A exclusão do povo dos estádios impede os inventores deste patrimônio de usufruírem do mesmo e põe em risco a reprodução da relação especial existente entre o povo brasileiro e o futebol. A maior parte dos atletas que participam do espetáculo é proveniente das classes populares: elas fornecem a mão-de-obra principal e portanto devem ter acesso aos estádios. Um jogo de futebol não é uma peça de teatro, no futebol o público também participa, influi e compõe o espetáculo; estádios vazios ou frequentados somente por espectadores passivos empobrecem e põem em risco a cultura do futebol.

Se o estádio, arena ou ginásio foi construído com recursos provenientes de impostos e taxas pagos pelo povo brasileiro é apenas uma questão de justiça que ele possa entrar nos equipamentos que ele financiou.


Querem saber de uma coisa? Isso é um tapa na cara dos dirigentes do futebol carioca para aprenderem a não ficar passando pires pro estado pedindo arrego das merdas que fazem. Querem Timemania, querem ajuda da prefeitura para equipar centro de treinamento pra receber delegação de olimpíada, querem isenção fiscal, perdão das dividas trabalhistas.

BEM FEITO estado não passa de um cão raivoso que te morde a mão na primeira chance que tiver.

Políticos não deveriam se meter em futebol. Geralmente onde eles pisam não nasce grama. Assim como dirigentes de futebol deveriam fugir de qualquer proximidade com o estado. Muito menos interferirem no mercado, sim futebol é mercado.

Isso deveria ser um raciocínio lógico. Mas em um país onde as pessoas não estão acostumadas a exercer seu poder de consumidor, infelizmente a lógica vai para as cucuias. Não é a toa que todo parlamentar brasileiro se acha no direito de legislar como quiser.

Há gratuidades, meia entrada e sócio torcedor. Então na prática quase ninguem irá pagar 250,00. Mas se tem quem pague 500 na mão de um cambista por ingresso falso não vejo porque de o flamengo não poder cobrar 250.

Eu que não sou idoso, não sou estudante, nem estou em dia com meu titulo de sócio optei por nunca mais ir em um jogo enquanto eu não puder voltar a ser sócio.

Como sócio eu nunca mais irei ter que ficar 6 horas numa fila pra comprar ingresso e ainda ficar de fora do estádio como aconteceu em 2009. - Acho justo que o clube procure formas de forçar a adesão ao seu programa de sócio.

Se você acha que um ingresso de um jogo, show, se um videogame está muito caro. NAO COMPRE, NAO CONSUMA, BOICOTE!

Enquanto existir quem pague 600 por um show, 500 na mão de um cambista, 4 mil por um videogame e 30 mil num carro popular. Não há porque de o mercado baixar seus preços.

PS: O MP só entrou na jogada contra os preços pedidos pelo Flamengo na final da Copa do Brasil através do pedido do Capitão Léo. Parabéns bando de iludido.

Adendo: O Art. 1° Não age apenas em cima de concessionárias de estádios privatizados. Ela cria uma situação curiosa para os clubes:

Qualquer clube que administre ou tenha tido isenção fiscal para reformar ou construir um estádio terá que ceder 30% da capacidade para atender esta lei.

Portanto se o Botafogo mantiver seu contrato com o Engenhão terá que ceder 30% da capacidade. Se São Januário no passado tiver contado com ajuda pública para reforma ou construção de São Januário, terá que ceder 30%. Se Flamengo ou Fluminense decidirem construir seus estádios, fatalmente contarão com isenções fiscais para tal.

Ou seja, essa lei morde a mão de qualquer clube que já tenha ou terá um estádio. A menos que ele consiga reformar ou construir com 100% de seus recursos.

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