Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

terça-feira, 11 de março de 2014

Sobre a possibilidade de o Rio de Janeiro ter 3 Rádios Rock



Acompanhando a nova polêmica entre a "comunidade rock" do Rio pelo Facebook. Eu comentei em um tópico que sou um eterno mal agradecido por não me sentir satisfeito com a volta da Rádio Cidade. Mas eu deveria estender isso a todos os demais.

O fato é, que após tantos anos sem nenhuma opção, devemos agradecer por termos a possibilidade de escolhermos entre três rádios que toquem rock no Rio de Janeiro.

E a discussão sobre qual é a melhor é estúpida, pra não dizer desnecessária

A matemática é simples: A Kiss FM é Classic Rock, se alguém espera ouvir novidades nela eu começo a duvidar de sua capacidade cognitiva. Das ativas é, até agora, a que mais me agradou e já se tornou opção para quando eu me enjoar da minha lista de mp3.

A Rádio Cidade deveria ser aquela que iria tocar as novidades, as bandas mais conhecidas a partir dos anos 2000, e portanto ser a esperança de quem quer ouvir as novidades e bandas independentes mas não vai. Porque ela é rádio POP/rock (notem que o pop está em caixa alta). A ouvi por 10 minutos e me mostrou que não mudou nada. Certamente não será uma opção para mim.

A terceira rádio seria a possibilidade do retorno da Fluminense que toda a velharada, inclusive eu venera pelo seu passado, que ainda vai funcionar. Lembro que por volta de 2003/2004 (Se não me falha a memoria) a Fluminense tentou voltar na AM, e não deu certo por tentar se manter exatamente fiel ao quera nos seus áureos tempos. Infelizmente os tempos mudaram e até mesmo o estilo de locução mudou. Não funcionou. Torçamos para que ela consiga sobreviver comercialmente com a sua proposta, eu particularmente acho muito difícil.

Conversando com o amigo e especialista em rádio Marcelo Delfino ele de deixou clara que as esperanças do pessoal da antiga sobre a volta da Fluminense FM devem ser frustradas:

"A Fluminense FM não voltará enquanto Alexandre Torres Amora estiver dirigindo o Grupo Fluminense. O máximo que acontecerá é colocarem alguns programas à noite na Fluminense AM. Como o Maldita 3.0, que já estreou. E se algum dia a Fluminense AM for para o FM, é provável que coloquem nela a Fluminense Light que habitou os 94,9 antes da Band News."

Mesmo com essa noticia desanimadora, para um público que por anos, quando tinha uma opção de escolha, era uma rádio que tocava apenas rock jabá com o pior do rock nacional recente alavancando coisas lamentáveis como o 'Detonautas' do ainda mais lamentável Tico Santa Cruz [foto] e clássicos batidos.

Temos que agradecer sim, por temos uma opção a mais, que com todos os defeitos que possui é uma opção para quem quer conhecer realmente as raízes do rock.

Os cariocas e Fluminenses [assim que a Kiss conseguir expandir o alcance de seu sinal] que não contavam com nenhuma Rádio Rock agora contam com duas. Fato que naturalmente irá criar uma concorrência - e como capitalista, adoro concorrência - quem vai sair ganhando é o público.

Cada um que escolha a sua rádio, e seja feliz.

PS: Aproveito para comemorar pois este é o nosso post de número 777. Nada mais simbólico que tratar deste assunto.

Relacionados: 
Blog Rockalogy - A disputa entre capital simbólico e capital comercial, “A Rádio Rock” X “A Maldita” como metáfora para o atual cenário do Rock
http://rockalogy.blogspot.com.br/2012/02/disputa-entre-capital-simbolico-e.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Recomenda-se ao comentarista que submeta seu texto a um corretor ortográfico.

Pede-se o uso de parágrafo, acrescentando-se um espaço entre uma linha e outra.

O blog deletará texto só com letras MAIÚSCULAS.


"Se a prudência da reserva e decoro indica o silenciar em algumas circunstâncias, em outras, uma prudência de uma ordem maior pode justificar a atitude de dizer o que pensamos." - (Edmund Burke)