Não pretendo falar aqui sobre doutrinação na prova do ENEM. Até porque vi a segunda parte da prova há pouco e não vi nada de especial. Ao menos, nada escancarado que prove o nível de doutrinação da mesma, desconsiderado o tema da redação.
Entretanto, outra coisa me chamou a atenção. Quase que sem exceção, são questões compridas, com enunciado extenso e ocupando por vezes metade da página, ou mesmo uma página inteira. E são 120 questões, a serem resolvidas em 5 horas, sem intervalos.
Em outras palavras, são 5 horas em que os estudantes ficam de cabeça baixada e enfrentando um estresse tremendo, e isso descontando pressões pessoais ou familiares para passar na prova. Os alunos são expostos a um nível altíssimo de estresse, maior do que a maioria deles enfrentaria em qualquer ambiente de trabalho ou em qualquer outra situação cotidiana. O suficiente para fazer, creio eu, com que alguns cheguem no meio da prova já nem se importando tanto se as respostas estão corretas, mas sim em terminar a prova de uma vez. A prova parece projetada não para testar o conhecimento real dos alunos, mas sim sua resistência ao estresse levando-os ao limite da exaustão mental.
Mais do que o mero conteúdo dos testes, parece-me necessário mudar a forma com que os estudantes são avaliados.
Millor Fernandes:
Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.
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"Se a prudência da reserva e decoro indica o silenciar em algumas circunstâncias, em outras, uma prudência de uma ordem maior pode justificar a atitude de dizer o que pensamos." - (Edmund Burke)
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