Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

quinta-feira, 31 de março de 2011

E quando humildade se torna pura preguiça?

Esse nem de longe é um dos meus textos mais inspirados e talvez nem tão bem fundamentado. Pois seu original permitiu interpretações dúbias nos comentários, culpa minha.

Mas após o reler decidi que merecia uma segunda chance.

Da falsa humildade à preguiça.

Texto original de 23 de abril de 2009

Eu já devo ter escrito aqui que vivi por 17 anos em um bairro de baixa renda na baixada fluminense. E o quanto essa vivência me foi útil para a vida e hoje que me permite interpretar certas visões que se tem da sociedade de forma diferente do senso comum.

- Não gosto de pessoas humildes!

Parece uma afirmação forte, pode até chocar. Mas, até o final vai ser possível entender a minha visão do que é humildade para que considero falsa humildade.

Costumeiramente ouve-se certas sentenças sobre humildade que eu considero ser completas imbecilidades. Prega-se por aí a humildade (o ser pobrinho e coitado) como uma virtude (Muitas religiões pregam que a pobreza é o caminho da redenção) sendo que nem sempre ela é empregada da forma que eu considero a correta.

Sim, esse blog reflete as minhas opiniões não espero que ninguém as tome como verdade absoluta da vida. E sim, a minha visão do que é correto pode não bater com a de quem leia isto. Mas, permita-me explicar.

Humildade, no Brasil, pode ser um sinonimo de impotência ou completa nulidade ante a uma situação onde não podemos interferir nem mudar por nós mesmos. Onde ficamos dependentes de terceiros ou de fatores externos, até aí tudo bem o raciocínio que se aplica é: "Se eu não sou capaz de resolver só me resta esperar que tais fatores mudem por si só ou suposta intervenção de terceiros" (Governo, Deus ou puro acaso).

Reconhecer suas limitações é algo plenamente respeitável isso para mim é humildade verdadeira. Mas também passar o resto da vida esperando por algo é preferível se matar.

O problema é que vejo a noção de humildade ser transformada em preguiça e servidão com uma dose venenosa de despeito, inveja e até raiva. Muitas pessoas tem o mal hábito de se fazer de coitado, se colocar como vítima do mundo. São incapazes, ou não querem ser capazes de fazer algo por si.

Preferem simplesmente lamentar, pedir ajuda, lamentar, pedir por mais ajuda, sentir raiva por aqueles que conseguem o que querem, desmerecer os méritos alheios e continuar a vida inteira se fazendo de vítima e esperando que alguém resolva seus problemas.

Não confio em gente muito "humilde", não gosto de gente muito "humilde". No máximo sinto um pouco de pena por aqueles que são limitados culturalmente e que, portanto sequer tem condições intelectuais para encontrar alguma solução ou de decifrar os enigmas pessoais sem orientação.

Eu só ajudo em quem eu sinto algum potencial, é um investimento. Ajudar quem só se faz de vítima, o coitadinho, é como enxugar gelo, você ajuda mas logo ele irá voltar pedindo por mais. Um exemplo mais gritante disso pode ser visto na população de rua das grandes cidades.

Ao meu ver humildade é um estado de espírito momentâneo em certas circunstâncias da vida. Alguém humilde demais eu enxergo como um sinal do que chamo de "subserviência ingrata baseada na chantagem". Alguém que prefere comer o resto de outro, para reclamar pelas costas, enquanto finge gratidão. Do que correr atrás.

Ainda sou do tipo que prefere ouvir calado porém pensando na resposta que será dada no futuro. Do que baixar a cabeça e sair por ai pedindo a pena alheia. Enfim, não gosto deste tipo desse tipo de humildade que é tolerada e estimulada por instituições diversas e principalmente pelo governo no Brasil.

Me processe.

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