Cedido gentilmente por Kajotha Negreiros.
Do blog Letreiro Digital - Visto livre
QUEM É JOHN GALT?
Quem é o motor do mundo? Quem sustenta a economia? Faz o mundo progredir, cria oportunidades? Que é John Galt? São essas perguntas que a filosofa russa Ayn Rand, radicada nos EUA, tenta desvendar com esse que é um dos livros mais influentes e vendidos (depois da Bíblia) na literatura norte-americana e uma das principais inspirações de liberais e defensores do livre mercado: A Revolta de Atlas.
Confesso que não conhecia a obra quando me indicaram há alguns anos e relutei a começar a ler mesmo sendo uma distopia com características típicas desse tipo de texto e que me agrada muito. Outro fator é que é uma trilogia e minhas prioridades de leitura me fizeram adiar. Como me arrependo. Apesar de pouco conhecida (sua repercussão começou recentemente com o grupo Tea Party e fãs da autora nas redes sociais) a indiscutível sua atualidade e relevância principalmente por levar a uma reflexão do papel dos governos de um modo geral e como esse ano é de eleições por essas bandas nada mais oportuno que tratar desta joia escondida.
A trama gira em torno da luta de Dagny Taggart, vice-presidente da principal ferrovia americana e de Hank Rearden, empresário do ramo metalúrgico e criador de um metal mais leve, barato e resistente que o aço e que leva seu nome. Numa época não identificada, mas que pelos costumes e utensílios cotidianos se passa logo após a Segunda Guerra, ambos tentam manter suas empresas numa luta inglória contra o governo que vai impondo medidas para privilegiar um grupo de empresários ao mesmo tempo que toma medidas populistas em nome do bem comum que em médio prazo se mostram desastrosas e que levam o país a falência.
Nesse cenário, muito industriais com valores e posturas similares aos protagonistas começam a desaparecer ou a se aposentar não deixando paradeiro. Com a economia entrando em colapso, resta aos dois manterem-se firmes na tentativa de não serem engolidos pela máquina estatal e tentarem reerguer a nação. Conforme os mais incapazes e improdutivos vão ocupando o lugar dos que produzem – que também somem a exemplo dos industriais – a situação vai ficando crítica até o colapso total.
Obra máxima de Rand, o livro traz todo o cerne de sua filosofia e visão econômica. Ao mostrar o que acontece com um país quando o governo começa a centralizar tudo em suas mãos, começa a explorar aqueles que produzem para garantir o sustento dos que não tem qualquer interesse em crescer e acha que é obrigação do outro mantê-lo vivo, pinta-se aí o retrato de muitas políticas que aconteceram e vem acontecendo ao redor do mundo.
Em seu texto ela deixa evidente quem realmente carrega em seus ombros a economia e por tabela o progresso de uma nação. Mostra como a imposição de distribuição igualitária é nociva a uma determinada região, haja vista que aqueles que trabalham são obrigados a entregar o fruto do seu esforço aos que nada produzem.
No clímax do livro, toda a filosofia da autora é explicada por John Galt, herói e responsável pela greve dos industriais. Com a frieza da objetividade vai mostrando o que acontece de errado e que leva os EUA a penúria. Nessa explicação de seu intento no fundo temos a voz de Ayn Rand explicando o princípio do individualismo, sua linha filosófica, e mostra como o altruísmo e o discurso de luta de massas e minorias é vazio e propício apenas a privilegiar alguns. Comunicando-se com obras como 1984 e Revolução dos Bichos de Orwell, mostra as artimanhas e articulações de quem está no poder no afã de controlar as massas, manter-se no comando e sugado ao máximo o cidadão comum.
Leitura contundente e relevante, deveria ser leitura obrigatória nas universidades em todas as áreas, principalmente nas que formam empreendedores ou formadores de opinião. Ajudará a clarear a visão de muitos que não veem os absurdos que são cometidos em nome do povo, além de tirar a pele de cordeiro de muitos lobos que temos por aí. Um livro político, atual, que se mostra profético em muitas sociedades é a minha dica dessa semana. Leiam, reflitam e votem conscientes, usem a obra como um guia para não se deixarem levar com discursos bonitos mas que favorecem apenas a algum jogando a grande maioria num abismo de pobreza.
Até a próxima.
Millor Fernandes:
Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.
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