Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

domingo, 18 de outubro de 2015

HABET VERBUM POTESTATEM

A frase que dá título a este texto, traduzindo do Latim, significa: A palavra tem poder. Esse é o nosso traço distintivo de outros animais, o uso da palavra, é o que nos proporcionou o primeiro grande salto evolutivo e tecnológico. Tanto é verdade que os maiores líderes no decorrer da História eram grandes oradores. Quem domina a palavra, domina as ideias e quem domina as ideias, domina os povos.

E foi pensando nisso que fiz algumas observações acerca de duas palavras muito usadas pela esquerda e seus intelectuais. Palavras essas que fingem um uso humanitário ou de luta por igualdade, mas no fim, revelam-se unicamente criadas para criar medo, confusão, pensamento contraditório e a nefasta intenção de dominar, como ensina a velha cartilha de doutrinação esquerdista quanto ao uso do duplipensar. Vejamos quais são.

A primeira delas é a palavra HOMOFOBIA:

A palavra fobia tem origem grega e significa "medo".

O prefixo homo tem a mesma origem e significa "igual".

O seu significado literal, partindo de seus elementos estruturais seria algo como “medo de semelhantes”, ou seja, seria alguém que teria medo de pessoas do mesmo sexo. O que é muito diferente da intenção de seu uso que é designar alguém que tem repúdio ou aversão (diferente de medo) a homossexuais.

Percebam a incoerência e como no fundo o seu uso é apenas para criar contradições em nosso pensamento e nublar o raciocínio:

O termo que era usado pra designar homossexuais na antiguidade (origem desses prefixos) era em grego arsenokoitês e em latim scortator.
Já a palavra que designa ódio ou repulsa em grego é misio, daí por exemplo misoginia ser ódio ou repulsa às mulheres (ginio).

Notem que nem os termos latinos ou gregos (formadores do nosso léxico) apresentam qualquer semelhança com os termos adotados, nem para os homossexuais, nem para o sentido de aversão ou repúdio. Ou seja, usam uma palavra sem qualquer sentido e com isso colocam o sentido que quiserem com as piores intenções.

A outra palavra é um neologismo: EMPODERAMENTO.

A palavra em si é apenas isso: uma palavra. Um substantivo abstrato que paira no âmbito das ideias. Meu problema é com os responsáveis por sua natividade e uso e que provoca em mim, apreciador da lógica linguística um desconforto concreto. Vejamos por quê.

Primeiro, analisarei a palavra. EMPODERAMENTO seria algo como tomar o poder. Seria uma apropriação do verbo Apoderar-se acrescido do sufixo MENTO pra indicar uma ação.

Tomar o poder. Daí vem meu desconforto. Vejam. Para alguém ou algum grupo tomar o poder, deve haver alguém subjugando e alguém ou grupo subjugado, não há nivelamento, não há equilíbrio de forças, logo, não há igualdade.

Porém, os usuários corriqueiros desse termo são os que mais pregam igualdade: feministas, grupos antirracismo, movimentos LGBTUVXZ e afins. Qual a coerência e lógica de exigirem igualdade lutando por tomar o poder?



Portanto, vejam como o uso ou criação de palavras podem esconder intenções muito mais malignas e criadas para fazer pensar ou travar o pensamento. Esses são dois perfeitos exemplos da prática o duplipensar tão perigosos em nossos dias.

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"Se a prudência da reserva e decoro indica o silenciar em algumas circunstâncias, em outras, uma prudência de uma ordem maior pode justificar a atitude de dizer o que pensamos." - (Edmund Burke)