Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Na cidade em que o funk é cultura o Metal é novamente silenciado.

Fico devendo aqui alguns dados dos fatos, mas o que interessa mesmo é a história que vem a seguir:

Estava hoje verificando algumas comunidades do orkut e ao acessar a comunidade do Calabouço bar um dos melhores points rock da cidade me deparei com a seguinte noticia:

HEADBANGERS VOICES " ESCLARECIMENTOS!

CAROS AMIGOS HEADBANGERS :
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É com Muito Pesar , que Venho Noticiar que dia 08/11 Tivemos a Ultima Edição do HEADBANGERS VOICE no CALABOUÇO !
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Motivo : Excesso de Denúncias por parte de Vizinhos Locais.
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Claro se fosse um Pagodão ou um Funk, não bateria Nem Policia nem Fiscal !
Recebemos a Nossa segunda Multa e a 3ª Implica no Fechamento da Casa !
Ainda este Mês estaremos Fazendo Obras Ermegênciais, para O Melhoramento da Acústica e Futuramente ( Dezembro ) Provavelmente a Colocação de Ar-Condicionados !
Dando a Todos o conforto Merecido ,
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EM BREVE NOTICIAS DE UM NOVO LOCAL "PROVISÓRIO" O METAL NÃO PODE PARAR!
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Abraços Dj Terror!

Excesso de Denúncias dos vizinhos, interessante. Quando na nota é dito que "se fosse um pagodão ou funk, não bateria policia e fiscal" há um fundo enorme de verdade nisso.

Além do conhecido preconceito vindo de todas as partes, principalmente em uma cidade como o Rio onde religiosos evangélicos xiitas e funkeiros se reproduzem como ratos. o headbanger e o rockeiro carioca são obrigados a lutar por um espaço contra os diversos eventos "culturais" de axé, funk e até religiosos.

O Rio de Janeiro não tem uma cultura de rock, já teve um principio há muitos anos atrás, pode-se ser até ser cruel ao ponto de dizer 2 decadas atrás. São poucos os redutos rock no Rio que conseguem se manter. E são poucas as casas de shows, clubes e bares não Rock dispostos a abrir suas portas e seu espaço para o Rock, sobretudo ao metal.

Não é novidade quando um fato como esse ocorre. A cena underground carioca conseguiu com festas como a DDK se solidificar. Porque o metal não consegue? Temos alguns eventos que rolam com certa peridiocidade no clube Makenzie, no Meier, mas é preciso muito mais.

É absurdo que um bar legitimamente rock não possa fazer eventos em um local onde virando a esquina há vários bares de samba, forró e o diabo a quatro.

Fica a pergunta até quando o público de metal, seus produtores e artistas irão ficar inertes esperando por migalhas? tentando conseguir brechas na lei Ruanet, sendo obrigados a se esconder ou ficarem isolados numa espécie de "gueto cultural" realizando (em alguns casos) eventos mambenbes entre outras manobras para se conseguir na marra realizar algo?

Os funkeiros assim como os evangélicos faz muito tempo perceberam que para crescer e agir deveriam assumir o poder, ou fazer parte dele. Não é dificil procurar e achar na câmara de vereadores (Mãe Loira) e na ALERJ representantes declarados desses nichos.

Não a toa recentemente vimos LAMENTÁVELMENTE o funk ser promovido ao status de patrimônio cultural da cidade. Com direito a um mega-baile no palacio Laranjeiras com toda a politicagem Fluminense, as celebridades e "artistas" do suposto gênero musical comemorando tal ato. Tudo pago com o dinheiro do contribuinte. Para a alegria dos traficantes. Numa clara manobra eleitoreira do prefeito "Paespalho" e do "desgovernador" Cabral para agradar o povão.

Eu volto a pergunta até quando, iremos ficar escondidos, comprando CD's e os ouvindo em casa, nos privando de termos a possibilidade de irmos onde quizermos para assistir a um show, ir a um bar curtir boa musica, ou simplesmente destroçar nossos pescoços batendo cabeça? a falta de interesse pela politica e a aparente apatia e alienação dentro do Metal carioca tem nos custado muito caro em vários sentidos.

2 comentários:

  1. Não vou entrar no mérito da discussão sobre o funk ser patrimônio cultural. O que se pode fazer se uns 90% da população se sente representada pelo funk/pagode? Só pode ser patrimônio cultural mesmo.

    Mas... o que interessa é que sempre tem alguém pra encher o saco e falar que metal não presta, que metal é só barulho, que metal é do inferno. Bando de besta! Não é porque o funk ou o pagode são sinônimos de RJ que os caras tem que ficar perseguindo headbangers e rockers. Todo mundo merece seu espaço, seu lugar.

    Então, pau no cú desses vizinhos aí.

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