Peculiaridades históricas e culturais à parte, o principal mecanismo propulsor da transformação da Coréia do Sul num país de alta competitividade do cenário mundial foi a revolução educacional que o país vem empreendendo, sem tréguas, desde a década de 60.
Hoje o ensino no país é olhado como um modelo para o mundo. Até o presidente Barack Obama, num discurso que ficou famoso, pediu que os EUA sigam o exemplo das crianças sul-coreanas, que passam, em média, pelo menos um mês a mais nas escolas anualmente do que os alunos americanos.
Há uma série de fatores envolvidos no crescimento de um país, mas os analistas concordam que os investimentos em educação e na formação de capital humano foram os principais combustíveis da arrancada de Seul. O desenvolvimento educacional sul-coreano, a partir dos anos 60, precedeu e guiou o econômico. A expansão do ensino ocorreu de um modo sem precedentes. Em 1945, com o fim da colonização japonesa, apenas 22% da população eram alfabetizadas. Esse índice hoje é superior a 98%. A excelência das escolas sul-coreanas é atestada por vários estudos mundiais, e a sociedade abraçou a ideia de educar para crescer. Para os pais coreanos, a educação dos filhos é prioridade absoluta e levou à criação de uma expressão entre os analistas que se debruçam sobre a receita coreana: febre educacional.
Enquanto isso, apenas no ano passado o Brasil se aproximou dos US$ 100 bilhões na exportação, embora com 78% em itens de baixa ou média densidade tecnológica - índice muito acima da média mundial, hoje em 56%, avalia o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Basta lembrar que os sul-coreanos hoje têm perto de 3 mil produtos patenteados internacionalmente, e os brasileiros, cerca de 220.A comparação com o caso clássico da Coréia do Sul mostra bem o descompasso do Brasil. A chamada revolução educacional naquele país começou pela base da pirâmide, isto é, o ensino fundamental. A valorização e a atualização permanente dos professores, desde o ensino básico, constituíram uma das principais alavancas do processo. Lá, a média salarial de um docente do ensino fundamental equivale a US$ 4 mil, enquanto na rede pública paulista, por exemplo, os vencimentos de um professor em fim de carreira mal ultrapassam R$ 1.700. Na Coréia do Sul, até o professor da área de educação infantil deve ter mestrado completo e, como os demais, trabalha em regime de dedicação exclusiva. No Brasil, 213 mil docentes da 5ª à 8ª série da rede pública não têm licenciatura (graduação) e milhares de outros, da 1a à 4a série, não concluíram sequer o ensino médio. E, para sobreviver, qualquer professor muitas vezes precisa acumular dois ou três empregos em diferentes escolas, o que inviabiliza a hipótese de uma reciclagem. Assim, mais de 80% dos sul-coreanos que terminam o ensino médio vão para a universidade, enquanto no Brasil esse índice é inferior a 20%.
A diferença de investimento nos dois paises em educação não é tão grande: 6,8% do PIB na Coréia do Sul e 5,2% no Brasil. Mas enquanto o país asiático concentra o investimento público no ensino fundamental, o Brasil privilegia o nível superior. Nível no Brasil onde sabemos bem que, salvo raras excessões, pobre não consegue alcançar. Vejam os estacionamentos das universidades federais e comprovem.
Fontes: http://www.ita.br/online/2005/itanamidia05/set2005/amchamset05.htm
e http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/10/23/a-febre-educacional-que-salvou-coreia-do-sul-922853626.asp
Se Serra ler isso fodeu, vai querer privatizar a porra toda usando esse argumento que pobre so entra em faculdade paga. rs
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