Uma coisa que nunca entendi são as músicas que fazem trocadilhos entre o verbo “fugir” e o verbo “foder”, pior, elas fazem sucesso. A conclusão que chego sobre isso é que o brasileiro, apesar de ser um povo cheio da sacanagem e adorar uma balançada de bunda, não entende nádegas sobre liberdade de expressão e ainda é falso moralista.
Exemplificando em questão musical: Por que a Pitty pode dizer a palavra “foda” numa música e o camarada do Tchacumdum, Tchapau, Tchupaqui tem que falar “foge”?
Pra não acharem injusto, dou o mais estranho dos exemplos: O Sou Foda! Ele diz que é foda e dá a cara pra bater dizendo suas intenções pra lá foderosas. Então volto a perguntar: Por que o cara do Sambaqui, do KY, do Chácumpão tem que insistir em fazer trocadilho entre o fugir e o foder? Ah, não fode... Acha isso engraçado? É nesta confusão entre o fugir e o foder que muita gente acaba esquecendo do preservativo e no final acaba fodido numa cama de hospital.O brasileiro além de falso moralista é preconceituoso, tem preconceito com as palavras. Escrevo foder sem preconceito, sem problemas sexuais. Baudelaire, Bocage, Vinicius de Moraes e tantos outros também fodiam sem fugir, sem precisar se esconder atrás de trocadilhos. Para quem acha que o palavrão é a pura falta de vocabulário, deveria rever seus conceitos, o bom uso do palavrão é uma coisa saudável, ou você é o tipo que dá uma martelada no dedo por acidente e diz “oh! fezes!”?
A intenção aqui não é uma apologia ao palavrão, mas sim a explicitar verdadeiras intenções e sentimentos por mais fodidamente sacanas que sejam. Não sou partidário do palavrão gratuito, mas me fode as idéias pensar na dimensão do quanto estamos fodidos em relação a essa caretice que anda por aí sendo apoiada por uma legião de fodidos e mal pagos.
Encerro sem fugir a responsabilidade das minhas palavras e me fodendo para as consequências delas.
Com os melhores cumprimentos,
João Carpalhau
* Um outro protesto que não posso deixar de fazer antes de finalizar este post: O Pingüim é inimigo do Batman e quem tem Kriptonita é o Lex Luthor, porra!
João Carpalhau, além de cartunista e roteirista, se tornou o responsável pela legalização do sal de cozinha no Brasil (vídeo em http://youtu.be/kzWWX1vjW6E),
Deve ser por isso que cancelaram o remake do seriado da Mulher Maravilha...
ResponderExcluirPorra, gostei pra caralho do texto !
ResponderExcluirFicou foda e não fugiu do tema elaborado.
Então, foda-se aqueles que não sabem escrever "merda".
:)
Abraços
kkkkkkkkkkkkkkkk... de certo!
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