Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

PAD - Partido da Assembléia de Deus


Se quisesse, a Assembleia de Deus teria um partido com 22 deputados federais. O que equivale a um terço da poderosa Frente Parlamentar Evangélica. Eles são de diferentes siglas partidárias e de 15 Estados, mas seguem um único comando, a Assembleia de Deus.

A Igreja Universal do Reino de Deus tem um braço político, o PRB (Partido Republicano Brasileiro), cujos membros não precisam ser da igreja e nem seguir a sua orientação, exceto nas questões tidas como essenciais pela igreja.

Diferentemente, portanto, dos 22 deputados federais da AD, que, organicamente, atuam como fossem de uma agremiação político-religiosa, cuja presidência é exercida por José Wellington Bezerra, o líder máximo da Convenção Geral das Assembleias de Deus.

Foi Bezerra que escolheu os 30 candidatos para concorrer nas eleições de 2010. Os 22 eleitos representam 73% desse total – um resultado de causar inveja ao PT, um partido que, embora tenha os eleitores mais bem articulados, elegeu apenas 26,3% dos seus 334 candidatos a deputado federal.

“Os partidos sabem que não têm como segurar esses deputados”, disse Everaldo Pereira, presidente do PSC, partido da base de apoio do governo.


Ronaldo Fonseca (PR-DF), o braço direito de Bezerra no grupo, disse que os partidos já sabem que eles seguem, em primeiro lugar, a AD, principalmente em questões de moralidade.

Trata-se de um grupo de grande influência porque a Assembleia de Deus tem mais de 22 milhões de fiéis -- todos potenciais eleitores dos candidatos da denominação. Bem mais do que os 1,4 milhão afiliados ao PT.

Com informação do Valor Econômico.

Comentário: Eu já falei anteriormente que o movimento evangélico tem um projeto de poder, com participação cada vez maior na política do país. E que estão dispostos a tudo para tornar o pais numa "teocracia". Até de negociar asquerosamente com o governo suas posições éticas em troca de benefícios.

Como o caso do ex-ministro Antônio Palocci (Casa Civil) acusado de aumentar seu patrimônio e enriquecer ilegalmente às custas de seu cargo no governo e de receber o dinheiro de uma empresa que doou para a campanha de Dilma. Onde a bancada evangélica, em troca do veto ao kit anti-homofobia, blindou o ex-ministro das acusações que vinha recebendo. As lideranças da bancada religiosa ameaçaram investigar o ex-ministro se o kit anti-homofobia fosse aprovado.

Outro exemplo é o projeto de Lei 436/2011, que propõe isentar de impostos não só as igrejas, associações e as mais diversas denominações religiosas, mas também todas as outras instituições que de certa forma estejam vinculadas a ela.

A culpa maior disso pode ser creditada ao governo tucano de FHC que em 8 anos no poder nada fez para frear o crescimento desse "nicho" politico e que hoje é fruto da frouxidão programática dos dois partidos que disputam o poder no Brasil.

Estado Laico? só em sonho. Não há interesse no combate à corrupção ou o bem do país. Só importam os interesses obscuros das lideranças dessas igrejas.

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