Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Crown of Scorn - Agenda 21

Criado em 2012, em Hartford, Connecticut (EUA), o Crown of Scorn tem hoje em sua formação quatro músicos americanos - Don Dummond e Rob Cadrain nas guitarras, Steve Grayson no baixo e Alan Alsheimer na bateria - e um brasileiro, o vocalista Allyan Lopes. 

Agenda 21 (Black Legion Productions / All Dead Records) é o primeiro disco completo dos caras, foi produzido pela própria banda acompanhada por Steve McCabe.

O trabalho de arte gráfica merece ser destacado. Feito por Gustavo Sazes, que já trabalhou com bandas como Morbid Angel e Angra, o trabalho de capa, encarte e até mesmo da pintura do cd seguem o conceito lírico da banda, que aposta em letras de cunho político e social da cultura americana.



Musicalmente a banda acerta em cheio para quem gosta de um thrash/death metal agressivo, moderno e bem trabalhado, bem composto, com bastante groove e que não deixa a empolgação ir embora em momento algum da audição. A quantidade de canções – são 8, número ideal – ajuda para isso.

A faixa de abertura, Depopulation Process é um dos destaques do trabalho, e mostra bem a capacidade da banda em produzir riffs, solos e mudanças de andamento sem perder a agressividade e a empolgação. Liricamente também é um dos destaques – é desta canção que sai o nome do trabalho – e dá um “sacode” na população, com o vocalista literalmente gritando para as pessoas acordarem e perceberem o mundo que está ao seu redor. Outra que também tem uma letra incrível é Bullets First, que critica a atual “guerra contra as armas” e o desrespeito com a Segunda Emenda à Constituição dos Estados Unidos.

Corporatocracy e Earth is no More – sendo esta uma das canções onde o vocalista mostra boa versatilidade, passando do rasgado para o gutural -  são boas demonstrações da aliança do extremo com o lado mais cadenciado da banda, enquanto Sustainable Developments (outra com ótima letra) traz de volta os riffs mais rápidos e certeiros.

Fecham o disco as porradas Blood for Currency, muito empolgante e com ótimas harmonias de guitarra, além de ótimos efeitos no riff inicial que criam um clima para todo o resto da canção; ... Or Be Destroyed com solos matadores e muito bem encaixados; e a canção que dá nome à banda, Crown of Scorn, que mostra ser o encerramento ideal com seus quatro minutos e meio de grooves e riffs infernais.


Não há dúvida alguma de que o futuro que aguarda o Crown of Scorn é bastante promissor e com pouco mais de dois anos de estrada eles já possuem um debut de respeito, que mostra que a banda já se encontrou em uma sonoridade forte e coesa. E mais: consegue a mesma qualidade na parte lírica.


1 - Depopulation Process
2 - Bullets First
3 - Corporatocracy
4 - Earth is no More
5 - Sustainable Developments
6 - Blood For Currency
7 - ... Or Be Destroyed
8 - Crown of Scorn

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