Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

"O rock é racista" é o novo "o rock é do diabo"


Demonizar todo um gênero parece ser a nova tática daqueles tipos que acham que o dia 31 de outubro deveria se chamar de dia do Saci. Em nome de um nacionalismo e culturalismo provinciano.



A revista on-line Medium publicou um artigo o qual deixo o link para a "apreciação" ou enjoo de quem se propor ler.

Algo que intensifica os ataques a todo um gênero musical por conta da repercussão a atitude de um ato de um de seus ídolos nos EUA. Ato devidamente execrado pelo meio, embora causando enorme polêmica e reflexão por fatores comuns à cena do Metal mundial, no que se refere a intrigas e brigas de backstage e até interpretação errônea ou equivocada da cultura e história Americana. Inclusive comentei sobre isso no meu ultimo post.

O fato é que o autor ao comentar uma entrevista passada do compositor e cantor, Seu jorge, no post começa se apresentando como um ex-roqueiro agora já amadurecido, e mais alguns jargões tendenciosos e cheios de preconceito implícito típicos de um militante esquerdista. Afinal para ele crescer e amadurecer só foi possível após deixar de ouvir metal. - Para mim o amadurecimento veio quando passei a ter que pagar minhas contas - tudo para no final fazer apologia à musica que acha que preserva a "negritude" e a cultura do negro.

É o mesmo pensamento de quem acha que filho de pobre em comunidade só deve ter curso musical que o leve a aprender a "bater lata".

Eu espero que leiam se tiverem algum estômago para que minha conclusão a seguir faça o sentido esperado.

Notem que em qualquer debate onde o esquerdista estiver ele vai querer dar as cartas, ele vai querer que sigamos pelas regras dele. Ocorre que TODO esquerdista, toda pessoa que possui ideias coletivistas se considera acima do bem do mal, se julga intelectualmente, e mesmo moralmente superior

O texto inteiro é uma enorme cagação de regras. Como não tenho a menor preocupação com a estética posso usar esse termo, pois ele é o que melhor define como a imprensa comum e a especializada vem atuando.

Voltando ao chorume em forma de texto opinativo. No ponto em que o autor questiona a proporção de negros no rock nacional, nós podemos afirmar usando a lógica que que se negros são uma minoria, então o rock está representado em número compatível com essa minoria na cena mais mainstream. Já que o Rock nacional no seu auge foi o mais puro e comercial mainstream.

Mas se olharmos pro underground, ontem e hoje, os negros e pardos estão muito mais representados no público e nas bandas. Aqueles que estão na rua e nos points e vêem isso. Então o lugar do negro é no rock sim. Ele está no lugar certo, no underground longe do mainstream, longe do politicamente correto (o novo mainstream) representando sua "negritude" fazendo o que lhe convém como bem quer e tocando um som criado por negros, e não o que alguns hipsters engajados que provavelmente só visitaram um morro pra fazer trabalho de faculdade ou para comprar baseado, acha que ele deve fazer. (agora estou me dando ao luxo de fazer os meus julgamentos com base nos meus preconceitos - e nunca disse que não os tinha).

Lamentavelmente a merda que o Phill Anselmo fez esta servindo para levantar esse tipo agenda esquerdista que quer propagar como o rock deve ser, e o lugar onde o negro deve ou não estar.

Não faltam exemplo de negros que fogem do lugar comum pretendido por intelectuais branquinhos de DCE cheios de boas intenções. essas ovelhas desgarradas são costumeiramente execrados. Cito como exemplo o jovem Fernando Holyday do MBL (Movimento Brasil Livre) que frequentemente sofre ataques da militância que supostamente diz defender os direitos de pessoas como ele. Vejam artistas como o Lobão, sempre polêmico. Sempre do "lado errado" da história.

Ninguém aqui é tolo o bastante de dizer que não há correntes racistas e nazistas dentro rock. Existem e são frequentemente rechaçados. Da mesma forma que existem correntes do rock que defendem comunismo, mesmo ignorando suas mortes contabilizadas em centenas de milhões ao longo da história; da mesma forma que o Rock e metal possui bandas nazistas, de esquerda, conservadoras, libertárias, anarquistas, satanistas, religiosas. Eu entendi depois de tantos anos que essa sempre foi a verdadeira diversidade a que o rock se propôs a difundir.

O rock e principalmente o metal por origem sempre tiveram o intuito de desagradar as convenções e verdades absolutas do mundo. Se o rock e o metal tivessem que possuir alguma ideologia politica esta deveria ser o anarquismo, mas o rock pode ser QUALQUER COISA que um musico e um ouvinte quem tocar ou ouvir. Mas ele sempre irá desagradar o mainstream social e as convenções impostas.



"O rock é racista" é o novo "o rock é do diabo". Só prova que os defensores da moral e dos bons costumes mudaram de vestimenta, de cara, nome e de discurso. Mas o pensamento inquisidor, desqualificador e cagador de regras continua lá.

Dizem por ai que o Diabo é o pai do Rock, outros dizem que ele é o pai da mentira. Do rock, pra mim o pai é Little Richard (negro, alias). Já se ele é o pai da mentira, a mãe com certeza é a esquerda.

Eu já sinto saudades quando eram os crentes mais fervorosos que se sentiam incomodados com minhas camisas de banda. Espero que as pessoas do meio metálico não acreditem nesse conto do vigário esquerdista.

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