Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

sábado, 21 de maio de 2011

Viradão Carioca Fail: E é assim que se trata artistas?


E ainda dizem que vivemos numa democracia. Que o pais está caminhando para a igualdade social e outras baboseiras mentirosas.

A verdade é outra, nada mudou de 82 para cá, apenas os ditadores modernos que encontraram novas formas de se impor.

Fonte: Blog do Biquini Cavadão


O show do Biquíni no Rio de Janeiro, praia do Arpoador, num local que nos remetia ao Circo Voador de 1982, teve momentos especiais nesta noite de sexta. Em primeiro lugar, participar do Viradão Carioca foi um honra! Um barato total! Uma volta a um local como o Arpoador, onde tocamos no parque Garota de Ipanema em 1986, em pleno verão. Um reencontro com as atividades do calendário cultural do Rio de Janeiro (quem sabe no futuro, um reveillon?) Um misto de ansiedade e alegria contagiava todos nós. Para melhorar, o show que nos antecedeu foi da banda A Cor do Som, meus ídolos quando eu tinha 13 anos. Ficamos ali perto do palco cantando sucessos como Abri a Porta, Zanzibar e Beleza Pura (que o Skank também fez um ótimo arranjo).

O show tinha de ser curto. Tinha hora para acabar. Para o palco do virarão voltar ao Arpoador, a prefeitura teve de fazer muitos acordos com a vizinhança. Organizamos um show enxuto. Não sei exatamente a que horas entramos, mas buscamos não nos alongar muito em papos entre canções, nada disso. Foi entrar e cantar o máximo possível, para deleite de quem estava dentro e fora do circo.

No entanto, no meio do show, em Vento Ventania, mal começamos a canção, enquanto pulava no palco, ouvi um “crec” vindo do chão. Mudei pro lado e continuei pulando. Desta vez, o “crec” não aconteceu. Ah, bom!

Mudei pro lado e continuei pulando. Desta vez, o “crec” não aconteceu. Ah, bom! NÃO ACONTECEU PORQUE O CHÃO SE ABRIU E EU CAÍ NUM BURACO NO MEIO DO PALCO, SÓ PARANDO NAS ESTRUTURAS! (...)

(...) Comecei cantando ainda no chão e olhando para a perna. Doía. Levantei a calça e vi o rastro de sangue: era um belo talho. Joguei água fria e segui adiante. Me virei pro produtor e falei: peça a eles mais 5 minutos! Tratamos de seguir como se nada tivesse acontecido.

Pois é, mas se cada show contou com uma certa tolerância, o último, parece que não teve isto. A polícia já estava lá fora para cumprir as ordens do que, aliás, havia sido combinado. Tocamos demais? Não! Tocamos de até de menos, mas não foi o suficiente.

Pedi então para o coordenador de palco, ele mesmo, explicar a notícia ao público, que naturalmente vaiou. Era um anticlimax. Eu achava que pelo menos uma música rolaria, mas nem isso. E assim, o coordenador pediu desculpas ao público e falou no microfone: corte o P.A. (que são as caixas de som que servem a galera).

E aí, aconteceu uma dessas coisas que tornou o show mais bonito do que se tivéssemos feito ele completo, com todo tempo do mundo. Eu simplesmente olhei para todos e com o microfone ainda ligado disse: “Pode cortar o P.A. mas não podem cortar a nossa voz!” E, aos berros, comecei a cantar: Hey hey hey hey, ô ô ô ô, hey hey hey hey… E todos seguiram cantando Chove Chuva comigo, sem banda, sem acompanhamento além de um megafone que veio parar na minha mão! Desci do palco, e ensaiei logo depois um coro de Zé Ninguém emendando com Chove Chuva. Birita voltou a tocar a bateria mas a polícia tinha ordens até para nos tirar do palco, se fosse preciso. Por instantes, me senti em 1982!

Olhei o ferimento. Nada grave, mas dolorido! Meu amigo Bindi fez um curativo rápido no local(obrigadão). Devidamente enfaixado, atendi a todos com fotos e voltei pra casa.

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Como pode, haver tanto desrespeito aos artistas? É de um absurdo sem precedentes! Tratar artistas como criminosos???? não consigo ter palavras para definir tamanha indignação! Infelizmente não fui assistir ao Biquini, mas eu seria uma entre os fãs a cantarem...

Precisamos entender que o atual cenário incita a reflexão de q vivemos uma exponencial ditadura maquiada, universal, INFINITAMENTE pior do que a militar.

Comentário do Blog: Palco que caí, vocalista que se fere sem nem receber auxílio médico. Policia querendo encerrar o show na marra.

A banda Biquni Cavadão deveria é processar a prefeitura e os demais organizadores.

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