Começa hoje mais uma coluna neste blog. Apresento-lhes a coluna de Antônio Vargas: Psicólogo, Professor e Musico.
Esse maldito ranço começa em nossa colonização. Deixo claro que não tenho nada contra os portugueses. Portugal, hoje é a minha segunda pátria, tenho muitos amigos e familiares lusitanos. Não quero ser injusto. Pode ser que esta forma de pensar esteja por todos os locais do mundo e, sendo assim, o que direi não restringe-se a forma luso-brasileira de pensar somente. Contudo, focarei os meus pensamentos na nossa realidade nacional.
O pensamento luso-brasileiro, por assim dizer, tem como conceito básico o seguinte: “Para os amigos tudo; aos inimigos a lei.” O curioso é que todos nós, de alguma forma, já fizemos isso pelo menos uma vez na vida. Mesmo sabendo que estamos agindo errado continuamos. Citarei alguns exemplos:
a) Os políticos defendem a sua curriola, ok? Quem nunca tentou minimizar os erros dos familiares?
b) Criticamos políticos porque não sonegam impostos, ok? Quem de nós nunca tentou burlar o imposto de renda?
c) Falamos que os governantes burlam as leis, certo? Porém, quem nunca pensou em fazer de tudo para não ser pego numa alfândega por ter extrapolado o limite de compras?
Resumindo: por que criticamos os outros e esquecemos que nos olhar no espelho? O génio psiquiatra Carl Gustav Jung tem uma frase ótima que diz: “Quem não olha para o próprio rabo só vê o diabo nos outros.” É a mais pura verdade! Tanto o é que, classificamos como amigos os indivíduos que são nossa imagem semelhança; os que ouvem as besteiras que temos para dizer e os que batem palmas para todos os nossos atos. Ou seja, chamamos de amigos os que são “puxa saco”. Isso acontece em todas as esferas: políticas, religiosas, pessoais, sexuais e etc. Agora, quem não faz nada disso, vira inimigo, é retaliado e é penalizado. Quem não segue a cartilha é chamado de “ovelha negra”. Inimigos são àqueles que dizem não para nossas vaidades.
Eu não poderia deixar de lembrar os que tentam justificar seus erros com os de terceiros. A forma de pensar pautada nos precedentes abertos, o que não deixa de ser lamentável.
Com isso caros leitores, foi sob a tutela destes pensamentos citados acima que foi construída de pensar básica de toda sociedade brasileira. Poderíamos citar vários exemplos do cotidiano, da história brasileira, do cenário político e etc, que se encaixam perfeitamente nesse formato.
Poderíamos encaixar esse pensamento até mesmo no cenário artístico e underground brasileiro, não é mesmo? Sim, tanto é que temos que ficar tomando cuidado com o que falamos para não sermos retaliados depois. Isso é democracia?
Infelizmente, muitas pessoas classificam como amigos os que dizem àquilo que as pessoas querem ouvir para satisfazerem os egos. As pessoas bradam por democracia mas aplicam a ditadura.
Herdamos um pensamento político nocivo. Basta olhar o mundo e observar. Respondam a minha pergunta: qual foi o país, colonizado por Portugal, que faz parte do grupo de países desenvolvidos? Angola? Moçambique? Por favor, não me venham dizer que será o Brasil que quebrará esta regra. Por mais ufanistas que sejamos, sabemos que fomos sucateados para os interesses estrangeiros e que os nossos colégios públicos formam semi-analfabetos. Caso desejem, leiam mais sobre a história do Brasil sem se prender aos conteúdos lecionados no ensino médio e fundamental. Nos últimos tempos, vários bons livros foram publicados e que valerá à pena lerem para conhecerem, de fato, a nossa verdadeira história e com isso entenderam o que acontece hoje.
Defino que somos um produto histórico desempenhando o papel de vítima, vilão e cúmplice ao mesmo tempo. Nenhum de nós respeitamos as leis por completo, não fiscalizamos e não denunciamos o que acontece de errado. Somos omissos, pessimistas e coniventes com o mundo que aí está.
Se você quer que algo mude, muda-te deixando suas vaidades de lado para ser menos individualista e mais coletivo. Temos que abandonar o pensamento provinciano e sermos mais universais.
A IMPUNIDADE SÓ EXISTE POR CAUSA DO EGOÍSMO HUMANO.
Grato.
Antonio Vargas é Psicólogo, professor e musico.
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