O uso das aspas para desabonar manifestação legitima escancara a cara-de-pau governista...

Novamente a população brasileira se mobilizou e saiu às ruas. Agora, no feriado de Nossa Senhora Aparecida (12/10), em Brasília e em outras 25 cidades - 17 capitais - o povo reivindicou o fim da corrupção nos poderes, pedindo a aplicação da Ficha Limpa para as próximas eleições e o fim do Voto Secreto.

No Rio de Janeiro e em São Paulo os manifestantes somaram alguns milhares, mas foi na Capital Federal que o movimento tomou maior proporção, passando novamente o número de 20 mil pessoas.

A mobilização feita novamente pelas redes sociais e com o apoio do MCCE, CNBB e OAB Nacional, se concentrou à frente do Museu Nacional e seguiu em marcha pela Esplanada dos Ministérios até a Praça dos Três poderes.

Um dos gritos de protesto mais entoados foi "Ordem e progresso, limpeza no congresso!"

Fonte: MCCE

Comentário do Shogum (escrito em 13 de outubro e só postado hoje por mera preguiça do blogueiro relapso)

Os militantes governistas parecem ter ficado assustados com a mobilização de ontem (12 de outubro) em várias capitais na "Marcha contra a Corrupção"

Mas o contra golpe governista vem em tom de ridicularização e uma associação pífia do movimento a partidos da oposição (vulgo PSDB e afins, que ridículo).

Se referem à mobilização como "apartidária", assim entre aspas. (Como por exemplo um famoso jornalista que um dia foi global e hoje lambe as botas de um bispo). Insinuando que ela seja fomentada por partidos de oposição.

É bem provável que tenham sim, entre os manifestantes gente filiada à oposição, afinal não pode-se impedir que alguém saia de casa e participe de uma manifestação. No máximo podemos vaiar quem sabidamente esteja se aproveitando do movimento para beneficiar-se. como ocorreu em Pernambuco onde um deputado do PDT, trajado com a camisa do MST (Movimento que NÃO faz parte da mobilização) distribuía panfletos para se promover.

Em São Paulo, por exemplo, os manifestantes também protestaram contra Serra. Só aí já mostra o caráter dos protestos. A oposição também é alvo das criticas, já que quando governo eles fizeram igual ao que faz o governo de hoje, só que com menos competência.

O pior, é quando esse mesmo jornalista, de forma sórdida, insinua que nas manifestações só "havia gente branca". Como se negros fossem alienados, ou que todos devem estar satisfeitos com o governo, ou apenas a "elite branca esteja insatisfeita". É muita canalhice.

As organizações Globo parecem prever o curso da história e já tentam aproveitar o movimento para seus interesses. É o velho carrapato tentando trocar de hospedeiro para continuar sobrevivendo. O único perigo é permitir que ela consiga direcionar o movimento de acordo com sua agenda.

Enquanto isso, na sala de injustiça; os petralhas insistem em fazer uso de dicotomias para tentar desabonar um processo legítimo e inédito na história do pais. Antes as marchas, os protestos sempre contaram com a participação de algum movimento social. Seja ele partidário, sindical ou estudantil.

O governo conseguiu comprar os movimentos sociais. UNE, MST, CUT nenhum deles é confiável. E nós sabemos disso. O governo parece desesperado pois começa a perceber que perdeu o "Monopólio dos protestos" (Termo excelente que lamentavelmente não foi criado por mim) e que aos poucos a população está percebendo que não precisa deixar nas mãos dos outros a tarefa de se fazer ouvir nossa indignação.

GOLPISMO! Eles gritam. Parecem cegos, ou apenas fingem que são. Não temos a menor intenção de derrubar o governo. Não se trata de anarquismo. Queremos tirar do poder os corruptos. Mas se o governo prefere vestir a carapuça, que assim seja.

Estamos engatinhando. Os protestos ainda são genéricos, ainda não tem um consenso do que devemos exigir antes. Mas já temos uma base do que deve ser exigido e onde devemos atacar: O CONGRESSO NACIONAL.

Ficha Limpa e fim do Voto Secreto no Congresso deve ser a prioridade. O voto distrital é uma pauta menor (e que não me parece uma solução) e mais apregoado por alguns gatos pingados da oposição.

Estamos muito longe de ser uma "Primavera Brasileira". A coisa é lenta, mas o recado está sendo dado. Cabe ao governo tentar ouvi-lo logo e garantir sua sobrevivência. Se continuar tampando os ouvidos cantando "la,la,la golpismo" o povo irá aumentar o tom dos gritos e o governo corre o risco de terminar tão acabado quanto a decadente oposição brasileira, nas urnas.

Não se trata da revolta dos brancos, dos negros, da classe média, dos operários, dos estudantes, dos pobres, dos sindicalistas, dos anarquistas, dos sem-terra, dos teletubbies e nem dos nerds.

É o inicio modesto de uma revolta do povo brasileiro.