Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Ditadura militar x Ditadura Cubana. Qual a diferença? Perguntem aos mais velhos...

Não pretendia manifestar opinião sobre este assunto por considerar extremamente enfadonho, mas é mais forte que eu.

A chegada da ativista e blogueira Yoani Sanchez ao Brasil reacendeu uma questão tão chata quanto a copa união de 87: Cuba.

Ao desembarcar a moça foi recebida com protesto por alguns manifestantes que portavam faixas uma delas por exemplo dizia: "Milhares de crianças dormem nas ruas em todo mundo, nenhuma delas é cubana".

Eu poderia ser babaca e dizer também que "Milhares de crianças em todo mundo irão jogar vídeo game antes de dormir, nenhuma delas é cubana". Mas não é esse o ponto. Eu prefiro que nenhuma criança durma nas ruas e se possível possam jogar vídeo game.

Essa imagem para mim conta mais:

Centenas de cubanos preferiram se arriscar em mar aberto e revolto para tentar fugir do "paraíso"

O fato de Cuba ter alguma qualidade não invalida seus defeitos, que são graves. Direito de ir e vir e liberdade de expressão são direitos inegáveis, não importa qual seja o tipo de governo.

A maior critica dos militantes de esquerda no Brasil durante o período da ditadura foi a censura imposta pelo governo (fora os crimes de tortura). Então no mínimo é incoerência que hoje façam defesa de um governo que imponha censura - e que matou muito mais que o governo militar do Brasil- . Ou então a lógica esquerdista é de que "Liberdade de expressão e direito de ir e vir são desnecessários desde que o governo seja socialista".

Se o raciocínio é esse então podemos dizer que  "Milhares de crianças dormem nas ruas em todo mundo, nenhuma delas é cubana, porém quando se tornarem adultos não poderão escolher seu presidente e poderão ser presos caso protestem contra o governo". Ainda que o governo cubano assuma que há um deficit de 700 mil moradias (dados oficiais de Havana). O que nos leva a tese de que pelo menos 700 mil crianças cubanas dormem sim na rua.

O que comprova a ideia de que não importa quem assumisse o poder, militares ou marxistas, o Brasil viveria em uma ditadura de qualquer jeito. Com o agravante de que se fosse um ditadura socialista esta é mais difícil de derrubar, seríamos governados por aqueles que são os atuais mensaleiros, além de nos tornarmos alvo dos Yankees.



Gorki Aguila com a camiseta que "homenageia" a Revolução Cubana de 1959; o ano do erro, diz a estampa

Yoani Sanchez e Gorki Áquilla que o digam.

Não vejo muita diferença do governo militar brasileiro. Perguntem aos mais velhos, não marxistas, como era a vida no Brasil durante a ditadura militar. De preferência perguntem as pessoas comuns. Muitos dirão que era melhor, não a toa ainda existe gente saudosista dessa época. Não porque sejam velhos reacionários, mas talvez porque a vida era realmente melhor.

Mas havia tortura, havia medo de ser preso, o povo não podia escolher um presidente e não havia liberdade de expressão. Qual a diferença então com Cuba? Ha uma. Cuba matou o triplo.

O governo - e seus simpatizantes - adoram Fidel, dão dinheiro a Cuba (BNDES está investindo milhões na ilha, assim fica fácil fazer socialismo - com o dinheiro dos outros); são amigos de Chávez e apoiam e recebem com festa Armadinejad.

Pelo visto a esquerda brasileira preza tanto pela nossa democracia, nossa liberdade de expressão mas despreza o direito à liberdade dos cubanos e ignora que aquela ilha é governada por ditadores apenas por conveniência politica e ideológica.

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