Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

sábado, 2 de maio de 2015

Professores: Sobre o acontecido no Paraná, em Goiânia e o quebra-quebra em Valparaíso. A raiz da questão.


Todos sabem o que ocorreu na última semana em Curitiba, portanto me permitirei não repetir os fatos jornalísticos de conhecimento de todos.
Combinado? Obrigado.

É muito triste, para não dizer frustrante. Quando eu vejo amigos, pessoas ponderadas, cultas caindo neste tipo de armadilha da forma mais passional possível sem conseguir refletir sobre os vários aspectos que envolvem a questão. É óbvio que ninguém deve achar bonito ou normal que professores sejam agredidos pela policia por protestarem por algo que influência diretamente em suas vidas, pela escolha que fizeram e investiram todo seu tempo, estudo e anos de esforço - Experimente mexer na previdência dos militares, da própria policia e bombeiros e vocês verão o que acontece, o código militar vai para as cucuias e eles que não tem direito constitucional a greve irão por as autoridades de cócoras - ter que ficar alardeando isso para provar sua idoneidade, seu bom caráter é um reflexo direto daquilo que eu vivo dizendo neste blog quando afirmo que a esquerda conseguiu, graças a uma direita boçal, conquistar o monopólio das boas intenções, do bom-mocismo. E isso já cria um enorme entrave a qualquer um que queira expor pontos em meio a uma discussão tratada passionalmente. Então vamos separar as coisas:

- É completamente ditatorial que um governo feche as portas do palácio onde será votada uma medida que influencia diretamente na vida e no futuro de pessoas que desejam assistir a votação e protestar se sentirem-se prejudicadas. Todos concordam com isso? Ok.

Vamos ao segundo ponto.




 Gleisi Hoffmann foi candidata a governadora do Paraná em 2013. Que convenente, não? 


- O governo federal que vive uma crise profunda e histórica de aprovação assim como seu partido o PT, objeto maior da ira crescente do povo; devem muito ao governador do Paraná Beto Richa (PSDB) pela condução desastrosa dos acontecimentos e pela atuação lamentável da PM, porém isso não diminui os motivos e atos ocultos que levaram a esses fatos lamentáveis. A ponto de que igual violência ocorrida em Goiânia (prefeitura comandada pelo PT) fosse praticamente ignorada pela imprensa e pretensos formadores de opinião. – O PT o governo federal e toda a esquerda brasileira agradecem imensamente pela sua ajuda tresloucada, governador.

Aí você, garoto juvenil, pergunta: – Mas, mas...  Por que a esquerda brasileira seu coxinha ‘sith’ fascista?

Para ilustrar isso melhor é preciso voltar no tempo e entender melhor esses fatos e onde quero chegar, meu pequeno ‘padawan’ aloprado:

[Em são Paulo desde as manifestações de 2013 o governo do Estado vem sendo testado por grupos como MPL, sabidamente formado por militantes e filiados a partidos como o PSOL, PSB, PC do B , PSTU e genéricos. Houveram casos de pessoas feridas brutalmente por balas de borracha e bombas de efeito moral, viraram noticia e geraram revoltas contra policia e contra o governo. No Rio houve inclusive mortes causadas pelo tumulto nos protestos como um senhor atropelado por um carro na Avenida Rio Branco ao fugir da correria de um dos confrontos. Mas nenhum caso foi tão emblemático quanto o caso do cinegrafista Santiago Andrade. O problema é que quem causou a morte de Santiago não foi a PM, foram black blocs. O caso repercutiu mal a ponto de enfraquecer as manifestações iniciadas em 2013 logo no começo de 2014. A opinião pública se voltou contra encapuçados e arruaceiros antes defendidos quando vídeos da ‘mídia ninja’ surgiam para defendê-los de quando ocorriam confrontos com a PM].

Voltando a Curitiba não faltam vídeos e fotos mostrando uma outra faceta: Haviam sindicalistas, militantes de partido politico, políticos de oposição ao governo do estado e black blocs, no meio da multidão de professores e alunos.

Esse foi o grande erro dos professores que foram protestar. E explico:

Existem imagens que COMPROVAM que os encapuçados partiram pra cima da PM enquanto os professores gritavam “sem violência” e provocaram a reação raivosa da policia. Os ‘bravos’ encapuçados fugiram pro meio da multidão para trazer a policia para cima dos professores. Isso meus queridos faz parte da “tática black bloc”. Professores e outros participantes que filmavam a multidão e identificaram encapuçados e sindicalistas foram EXPULSOS do protesto. [ler depoimento ao final do artigo]


Volto a dizer que a esquerda brasileira conseguiu, com enorme êxito reivindicar para si e monopolizar os movimentos sociais, a revolta, a luta trabalhista e a indignação. A esquerda conseguiu adquirir a imagem de ética, bem intencionada. Porém, com 13 anos de escândalos de corrupção do governo petista, símbolo maior da esquerda brasileira e da luta trabalhista a imagem da esquerda no Brasil caiu na vala comum da imagem que se tem dos políticos brasileiros e daquilo que é visto como “direita”, na verdade um bando de proto-salvadores da nação populistas influenciados por Getúlio Vargas, ídolo maior dessa gente (mesmo de muito esquerdista/trabalhista). Desde o escândalo do mensalão a esquerda tem feito das tripas coração para se desvincilhar a imagem negativa do PT, dissidentes largaram o partido e fundaram o seu próprio (PSOL), este vem tendo certo êxito em recuperar a imagem boazinha da esquerda a ponto de iludir muita gente. O caso de Santiago Andrade, a atuação caricata de Jean Wyllys no congresso, e mesmo algumas atuações seletivas de seu garoto propaganda: Marcelo Freixo; além do surgimento dos primeiros casos de corrupção em prefeituras do partido arranharam um pouco essa imagem do PSOL, a quem eu chamo carinhosamente de o PT do futuro.

O método de atuação dos Black Blocs no protesto no Paraná, não foi nenhuma novidade, pode ser verificada em manuais que ensinam a tática e confirmam tudo aquilo que eu vivo dizendo. A esquerda brasileira precisa desesperadamente de mártires, mesmo que a custa de cadáveres para renascer e se desvincular da imagem que o PT atraiu para todo o movimento. Porém, se há algo de bom nessa história é compreender que entre as "pessoas normais" há uma sensação diferente. A grande vantagem de não ser um libertário ou um rato de DCE, é possuir vida social. Você consegue conversar com pessoas dos mais variados tipos, classes e cabeças. O que eu noto é que entre as pessoas normais - e não gente metida a intelectual com crise existencial - é que a maioria entende que havia gente infiltrada na manifestação e que estes sim provocaram a policia.
Video: http://www.politicanarede.com/2015/05/eder-borges-denuncia-como-o-pt-usou-cut.html

A divulgação desses fatos pode inverter o jogo de novo contra o governo e a militância esquerdista. Mas se tem uma coisa na qual essa gente é craque é em relativizar e justificar o injustificável.

http://www.politicanarede.com/2015/04/alunos-denunciam-comunistas-infiltrados.html


A conclusão que eu chego é que hoje os professores, e toda a nossa sociedade, são vitimas de um cão raivoso que alimentaram por anos com doutrinação ideológica marxista e com a Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire. Isso fica evidente quando percebo em pessoas de bom nível intelectual a incapacidade de avaliar o caso com a razão. Se deixando levar pela emoção sem analise dos fatos e dos detalhes. Mas talvez a culpa nem seja deles.

O karma existe

A melhor coisa que os professores poderiam fazer para si é se livrar do poder os sindicatos, de partidos políticos no seu movimento, que volto a dizer é legitimo. E começar para ontem uma luta por uma mudança completa na estrutura da educação brasileira. Pois o PM que atira bala de borracha e bomba em algum momento foi educado por eles.

Uma das coisas que a pedagogia do oprimido causou foi eliminar da cabeça do aluno que o professor é seu mestre baseando-a no dialogo entre “educadores” e “educandos”.

3) «Sem ele [o diálogo], não há comunicação e sem esta não há verdadeira educação. A que, operando a superação da contradição educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica, em que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognoscível que os mediatiza.»

A perda da autoridade do professor é fator principal na multiplicação de casos de agressões a professores em sala de aula e ao mais novo absurdo:

[Fonte: Globo.com ] Alunos promoveram um quebra-quebra na Escola Municipal Caic Tancredo de Almeida Neves, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Imagens feitas pelos próprios estudantes foram divulgadas em redes sociais e mostram correria e gritaria nos corredores do colégio. Segundo eles, o motivo da confusão foi a insatisfação com a direção da instituição de ensino.
http://g1.globo.com/goias/noticia/2015/04/alunos-protestam-contra-direcao-e-destroem-escola-em-go-veja-video.html

É isso ai, alunos do 6º ao 9º destruíram sua própria escola para protestar contra a direção, considerada por eles “rígida demais”. E pela pedagogia de Paulo isso é justificado. Como a opressão é uma violência, qualquer violência cometida pelos oprimidos contra os opressores é sempre uma reação justificada. “Quem inaugura a tirania não são os tiranizados, mas os tiranos. Quem inaugura o ódio não são os odiados, mas os que primeiro odiaram. Quem inaugura a negação dos homens não são os que tiveram a sua humanidade negada, mas as que a negaram, negando também a sua.” Paulo Freire considera justificada violência e a tirania como resposta a uma tirania anterior e o ódio como resposta a um ódio anterior. E nega a humanidade de quem ele resolver chamar de opressores.

Nisso chegamos ao ponto da criminalidade juvenil crescente e dos movimentos sociais sempre exigindo “mais estado”, “mais direitos”, “pobre rouba porque não tem”. E de novo eu coloco na conta de Paulo Freire de toda a esquerda brasileira. “Mas, o que ocorre, ainda quando a superação da contradição se faça em termos autênticos, com a instalação de uma nova situação concreta, de uma nova realidade inaugurada pelos oprimidos que se libertam, é que os opressores de ontem não se reconheçam em libertação. Pelo contrário, vão sentir-se como se realmente estivessem sendo oprimidos. É que, para eles, “formados” na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu direito antigo de oprimir, significa opressão a eles. Vão sentir-se, agora, na nova situação, como oprimidos porque, se antes podiam comer, vestir, calçar, educar-se, passear, ouvir Beethoven, enquanto milhões não comiam, não calçavam, não vestiam, não estudavam nem tampouco passeavam, quanto mais podiam ouvir Beethoven, qualquer restrição a tudo isto, em nome do direito de todos, lhes parece uma profunda violência a seu direito de pessoa. Direito de pessoa que, na situação anterior, não respeitavam nos milhões de pessoas que sofriam e morriam de fome, de dor, de tristeza, de desesperança.".

Se você for capaz de ler e compreender o conteúdo deste trecho terá entendido toda a base do coitadísmo da esquerda brasileira, ensinado na escola como método pedagógico. Seu filho irá aprender isso no atual modelo de ensino.


Mudar o sistema educacional, eliminar a metodologia de ensino atual baseado na ‘pedagogia do oprimido’. É essencial. As universidades tem que formar acadêmicos e não militantes; O segundo grau tem que formar pessoas preparadas para o mercado e para avançar para o ensino superior, não doutrinar e formar militantes analfabetos funcionais; O primeiro grau tem que formar adolescentes capazes de ler, escrever interpretar textos e de realizar todas as operações aritméticas, noções de moral e cívica e programas de saúde, técnicas comerciais. O mínimo para ingressar no mercado de trabalho se precisar ainda jovem.

Isso muito por baixo, é uma impressão mínima que tenho, pois não sou acadêmico muito menos professor. Sou apenas um cara que escreve textos para “peão entender” (isto segundo um intelectual canhoto).


Atualizado 03/05/2015 Depoimento de Ageu Ferreira, presente na manifestação:


"Os psicopatas vermelhos do PR, apoiados pela CUT e APP, inflamavam no percurso na av.Cândido de Abreu até praça Nsa Sra de Salete, o discurso 'EU TÔ NA LUTA'. Em cima de um caminhão de som a cabo eleitoral de Dilma dizia que nem na marra o projeto do gov. Seria aprovado.
Conforme chegavam próximo da Assembléia,um grupo encapuzado com aproximadamente 30 pessoas entraram no meio da manifestação com madeiras e bombas caseiras, mesmo sendo repudiados por alguns professores eles prosseguiram e espalhavam-se no meio do povo. Neste momento eu e meu colega Marcos, que filmava e fotografava tudo, fomos avistados pelos tais e nosso equipamento foi subtraído pelos mesmos, e tivemos que deixar o local por questões de segurança. Avisamos a polícia de imediato, mas eles se dispersavam no meio da multidão, são covardes, ficando difícil a identificação, porém neste dia 13 foram apreendidos. Antes do confronto a Gleise e o Requião estiveram no local como incentivo ao protesto, saindo os mesmos do local, os lunáticos começaram a atacar a PM com pedras, madeiras, cestos de lixo e bombas caseiras arremessadas em algumas vezes do meio da multidão. Já havia um grande n° de pessoas aguardando a chegada dos demais manifestantes, tudo corria naturalmente e na paz, todos respeitavam as delimitações da polícia, mas o segundo bloco trazia o carro de som usando o seu mantra de guerra "EU TÔ NA LUTA", era neste que concentravam-se os black blocs. Era visível para qualquer leigo que toda a armação política estava preparada, só precisava do destaque da mídia. No iniciar o confronto eles dispersaram-se pro meio do povo, onde vimos que muitas vítimas foram acometidas por lesões de balas de borracha. Eu estava neste momento na prefeitura de Curitiba,próximo da assembléia, com intuito de proteger-me do gás, que era forte e das balas de borrachas,mas o que vi, parecia um grande corredor de UTI, vários feridos e atordoados. A PM USOU APENAS A FORÇA NECESSÁRIA para reprimir os ativistas radicais da esquerda, o que diz a imprensa em muitas ocasiões, não é verdade, pois a tal estava somente na praça aguardando a chegada dos demais, ninguém noticiou a infiltração dos bostas, Requião e Gleisy, e a presidente regional incentivando o confronto,entendi que aqui vai ser difícil os vermelhos impôr sua visão".

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