Millor Fernandes:


Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O dia após a comoção


Ontem assistimos a uma série de iniciativas generosas dos clubes brasileiros em relação à Chapecoense. Hoje ainda restando velar os corpos das vitimas do desastre a emoção começa a dar lugar à razão, ao bom senso e infelizmente a desconfiança.

Bom senso do Atlético Mineiro que pede para não jogar o último jogo contra a Chapecoense por óbvia inviabilidade emocional e técnica.

A razão da Comenbol que irá decidir no dia 21 de dezembro se acata ao pedido do Atletico Nacional de dar o título da Sulamericana à Chape. Essa decisão por mais bela que seja tem consequências. Como campeã a Chape estaria classificada para a fase de grupos da Libertadores e disputaria a Recopa contra o próprio Atletico Nacional.

A desconfiança após a proposta dos clubes brasileiros de isentar a Chapecoense de rebaixamento que precisa ser analisada pela CBF e leva a algumas questões. Será que se a Chapecoense terminar entre os quatro últimos o clube que terminar em 16º lugar aceitará ser rebaixado no lugar da equipe catarinense e não tentará entrar na justiça?

Lembrando que historicamente clubes e dirigentes sempre tiveram o mal habito de descumprir acordos, vide Eurico Miranda em 87 que traiu o clube dos 13 e aceitou a mudança de regras da Copa União no meio da competição pela CBF, o Sport Recife que entrou no mesmo ano na justiça para ter reconhecido um titulo que, moralmente, não é seu de direito.

O Gama que entrou na justiça para evitar um rebaixamento e criou toda a zona que resultou na Copa João Havelange. E todas as viradas de mesa que ocorreram.

E se o galo se recusa a jogar e algum esperto resolve usar regulamento pra tirar pontos dele? Alguém confia em dirigentes? A desconfiança e a cautela são justificáveis.

A prioridade em principio é em ajudar financeiramente o clube e as famílias das vitimas que precisarão ser minimamente indenizadas. É hora de cuidar de quem ficou.

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