Ainda que sem querer, a página esquerdista Quebrando o Tabu nos presenteou esses dias com uma pérola que mostra exatamente o que a esquerda pensa sobre educação e escancara o nivelamento por baixo que ela faz.
A princípio, poderia-se dizer que se trata de um caso isolado. Mas com mais de 50 mil "likes", isso mostra que pelo menos outras 50 mil pessoas concordam com este pensamento, mostrando que é muito mais que apenas um caso isolado.
Vejam o que diz este sujeito:
Vejam a inversão de prioridades nisto. Ao invés de dirigir sua indignação à incompetência das escolas públicas, dirige-a contra a competência de uma das melhores, pelo simples fato de ser uma instituição de elite. Note a diferença que faria se, ao invés dos últimos 2 parágrafos, ele tivesse escrito algo assim:
"O fato de que 5 escolas públicas ficaram entre as 100 primeiras mostra que é possível ter uma educação pública de qualidade. Falta descobrir o que tornou isso possível e como expandir este sucesso ao resto da rede pública".
Nenhum elogio às escolas públicas que conseguiram uma boa classificação, nenhuma nota ou comentário sobre usarem-nas como exemplo a ser seguido. Apenas indignação contra a "elite" para então poder reclamar da "meritocracia".
Claro que o conceito de meritocracia tem seus problemas e, de fato, é mais útil como conceito de gestão do que como conceito de economia. Mas o ataque da esquerda à meritocracia não é por acaso. Uma coisa é você mostrar que o que importa não é o mérito, mas a produtividade, e que se você quer de fato melhorar a vida dos mais pobres, o que você precisa é aumentar a produtividade deles. Outra bem diferente é você atacar a meritocracia com o intuito de demonstrar que a ideia de que as pessoas podem prosperar por conta própria é uma piada e que, portanto, são "vítimas" da "sociedade" e precisam de um empurrãozinho do governo. A esquerda odeia a ideia de que as pessoas podem prosperar por conta própria porque isso faria com que todas as pautas políticas que defende se tornem obsoletas, para não dizer contraprodutivas. Por isso não perde uma única oportunidade de atacar a meritocracia.
Em praticamente nenhum lugar você verá esquerdistas convictos discutindo como melhorar a educação das escolas públicas ou como aumentar a renda do trabalhador. Ouvirá apenas queixas sobre a desigualdade. Defensores das cotas não irão discutir como fazer com que as escolas públicas se tornem tão boas quanto as privadas. Ao invés disso, preferem apenas se indignar pelo fato de que os melhores colocados são de instituições de elite, para que possam então denunciar os ricos e a classe média como possuidores de "privilégios ilegítimos" pelo simples fato de terem uma maior probabilidade de passar em processos seletivos, e então usar esta retórica para justificar um agigantamento do estado e mais poder para seus líderes políticos. Se realmente estivessem preocupados com os pobres, no máximo defenderiam cotas como uma medida paliativa enquanto promovem sistemas de vouchers ou similares às charter schools norte americanas, que permitiriam que os pobres estudassem em boas escolas particulares. Dirigiriam sua indignação contra o que há de pior no sistema educacional - que é justamente o que impede que os pobres avancem - e não contra o que há de melhor, que são as instituições de elite. Ao invés de tentar avançar quem está por baixo, opta por denunciar quem está por cima, ou até destruí-los.
O silêncio da esquerda - quando não pura oposição - a medidas que poderiam de fato colocar os pobres em boas escolas, aliado às denúncias de "concorrência desleal" nos processos de seleção é a prova cabal de que a esquerda não liga a mínima para a educação. O que importa para a esquerda não é o fato de que as escolas públicas não conseguem sequer alcançar padrões mínimos de qualidade sob qualquer ponto de vista, mas sim o fato de que os "ricos" têm maiores probabilidades de passar num vestibular. No fundo, o que estão dizendo é que, se os ricos estudassem em escolas péssimas, então estaria tudo bem. Melhorar a qualidade das escolas? Que nada! Fazer ocupação nas escolas enquanto ficam enchendo a cabeça das crianças com aberrações como ideologia de gênero é muito mais proveitoso. "A gente não sabemos fazer conta nem entender um texto", parodiando uma certa canção, mas pelo menos somos engajados porque discutimos gênero nas aulas, não temos preconceito e tratamos igualmente os "alunxs".
A esquerda não liga a mínima para os pobres nem para a educação porque o que a move não é o amor aos pobres, mas o puro ressentimento contra os ricos.
Millor Fernandes:
Jornalismo, por princípio, é oposição – oposição a tudo, inclusive à oposição. Ninguém deve ficar acima de qualquer suspeita; para o jornalista, não existem santos.
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"Se a prudência da reserva e decoro indica o silenciar em algumas circunstâncias, em outras, uma prudência de uma ordem maior pode justificar a atitude de dizer o que pensamos." - (Edmund Burke)
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